segunda-feira, 27 de maio de 2019

Aula: Tipos de Redação


TIPOS DE REDAÇÃO
Para se produzir uma boa redação, não existem fórmulas mágicas ou técnicas especiais. Tudo o que você precisa é seguir algumas regras essenciais, lembrar dos pontos estruturais (começo, meio e fim) e fazer o trabalho de distribuição das ideias de maneira correta em cada período do texto. Como você já deve saber, existem três estilos de textos: dissertativo, narrativo e descritivo.
DISSERTAÇÃO
Texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia, ponto de vista ou questionamento para abordar um determinado assunto. Em geral, este tipo de produção textual costuma distribuir o seu conteúdo da seguinte maneira:
  1. Introdução: ponto em que se apresentam as ideias que serão defendidas ao longo do texto.
  2. Desenvolvimento: momento em que se desenvolvem as ideias anteriormente apresentadas, de modo a convencer o leitor por intermédio de argumentos sólidos e dados concretos.
  3. Conclusão: é a parte em que se elabora um desfecho coerente do desenvolvimento com base nos argumentos apresentados.
Neste tipo de construção, é permitido ao autor acrescentar julgamentos ou opiniões para defender sua ideia, desde que se transmitam credibilidade e consistência, sem abandonar o formato de discurso persuasivo.
Um subtipo da dissertação é o modelo dissertativo-argumentativo, o tipo de redação solicitado no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. No estilo dissertativo-argumentativo, o candidato precisa desenvolver uma tese, apresentar argumentos e uma proposta de intervenção social para tratar o problema apresentado no tema da redação. O objetivo da redação dissertativo-argumentativa é convencer o leitor. 
Dissertar é questionar a respeito de um tema, expressando seu ponto de vista e argumentando-o. É preciso emitir sua opinião de maneira convincente, portanto os argumentos precisam “persuadir” o leitor e isso exige realmente ter conhecimento sobre o assunto abordado. Na dissertação, o que predomina é a razão. O ideal não é colocar suas ideias como se elas realmente fossem suas, redija de maneira impessoal. Use sempre a terceira pessoa.
redação dissertativa entre todas, é a que mais exige a estrutura correta do texto: introdução, desenvolvimento e conclusão, pois é preciso ter um elo entre os pontos de vista e os argumentos. Nos vestibulares em todo o país grande parte dos textos dissertativos está relacionada à análise crítica de um tema com debate e discussão sobre o assunto.
Texto Dissertativo-Argumentativo
Esse tipo de dissertação possui um texto opinativo organizado para defender determinada opinião sobre um tema. Nesse caso é preciso utilizar boas explicações e argumentos para que suas ideias sejam bem explicadas para seu leitor. A redação dissertativo-argumentativa leva o argumentativa no nome porque defende uma tese e o dissertativo se refere às explicações utilizadas para tal opinião.
A estrutura de como fazer uma boa redação dissertativo-argumentativa consiste em: tese, argumento e estratégias argumentativas. A tese refere-se à opinião defendida no texto, o argumento é o que você utiliza para que o leitor concorde com sua tese e as estratégias argumentativas estão relacionadas aos dados usados para desenvolver seus argumentos como exemplos, dados, comparações, etc.
Tipos de Dissertação
 Expositiva: quando uma pessoa escreve um texto usando muitos dados obtidos em noticiários, televisão, jornais e revistas. É um tipo de redação que expõe determinado assunto, mas sem despertar uma discussão.
 Argumentativa: Esse tipo de texto dissertativo dá ênfase a opiniões pessoais fazendo com que o leitor reflita sobre o assunto e chegue a uma conclusão.
 Mista: Nesse caso você pode expor os fatos e propor uma análise crítica sobre determinado assunto.
Dicas para uma Boa Dissertação
·         Use verbos na terceira pessoa;
·         Não utilize gírias e palavras chulas;
·         Evite usar o sentido figurado das palavras;
·         Não utilize a expressão "na minha opinião" porque só o fato de escrever um texto dissertativo já subentende-se que se trata de um texto que apresenta o ponto de vista do autor da redação;
·         Respeite a estrutura do texto com introdução, desenvolvimento e conclusão;
·         Na introdução e conclusão sempre faça uma comparação com o que foi dito no desenvolvimento. Evite a fuga do tema;
·         Tome cuidado com as repetições e leia seu rascunho antes de escrever um texto definitivo;
·         Evite os jargões como "a união faz a força" e outras expressões que empobrecem sua redação;
·         Fique atento as tautologias que nada mais são do que a repetição de uma mesma ideia em uma mesma sentença. Por exemplo, quando digo acabamento final estou sendo redundante, pois a ideia de acabamento já dá o sentindo de final;
·         Fuja de assuntos polêmicos relacionados à religião, aborto, sistema de cotas, etc. A menos que o assunto esteja incluído no tema da redação;
·         Escreva um texto limpo e simples evitando as gírias, mas sem fazer uma redação com um conteúdo rebuscado.

Exemplos:
Páscoa é a festa espiritual da libertação, simbolizada por objetos incorporados em nossas vidas como o ovo de páscoa, que está ligado a um ritual egípcio e, por conveniências comerciais, ganhou seu lugar nas festividades do Domingo de Páscoa assim como outra tradições que surgiram do anseio popular (a malhação do Judas em Sábado de Aleluia).
Mas, a verdadeira Páscoa está narrada em Êxodos e depois a Nova Páscoa está descrita no Evangelho de Jesus Cristo como a vitória do Filho do Homem. A primeira Páscoa da História foi celebrada pelos hebreus no século 13 a.C. para que todos lembrassem que Moisés, com a ajuda do Senhor, salvou o seu povo das mãos do Faraó. Assim, o cordeiro foi o sinal de aliança e o anjo podia saber quem estava com Javé ou Jeová.
E com a ceia vieram os pães ázimos sem fermento e as ervas amargas comidas com o cordeiro pelos hebreus com os cinturões cingidos aos rins, prontos para ir embora do Egito, ao amanhecer. Depois temos o anúncio do Cordeiro de Deus por João Batista e a revelação do Filho do Homem até a sua crucificação e a Ressurreição. Somente a partir deste período, os cristãos das catacumbas começam a usar o Ovo como símbolo de vida nova, além do que depois do jejum da Quaresma e da Semana Santa era o alimento para a preparação da festa, entre 22 de março a 25 de abril, variando de ano para ano.
A origem das tradições pascais variam de civilização a civilização e de tudo que pode ser incorporado como os ovos egípcios ganhou afeição dos teutônicos e na China, na Festa da Primavera, distribuíam ovos coloridos. Os missionários trouxeram o costume que se ocidentalizou-se e a Igreja concordou e oficializou no século XVIII.
No mundo todo, a cerimônia religiosa da Páscoa varia conforme as tradições e costumes, mas seus significados de Libertação e Vida Nova ainda são traduzidos nas festividades pascais e nas suas formas de comemorações até mesmo com a malhação do Judas no Sábado de Aleluia e a Missa de Páscoa de Domingo, tudo faz parte da civilização cristã ocidental e da história da vida, morte, paixão e ressurreição de Cristo narrada no Antigo e Novo Testamento.

 Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. (...) Hoje repito: é uma maldição que salva.
Não estou me referindo a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase impossível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação.
Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o abençoar uma vida que não foi abençoada... Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros.” (Clarice Lispector. A descoberta do mundo.)

NARRAÇÃO
Caracteriza-se pela representação de fatos reais ou fictícios, envolvendo personagens e fatos que ocorrem num determinado tempo e espaço.
A narração de fatos reais é muito comum em livros científicos, jornais, livros de História e outros.
A narração de fatos fictícios não tem compromisso com a realidade e permite inventar e criar fatos de acordo com a imaginação de quem relata. Todo texto narrativo existe na medida em que há uma ação praticada por personagens e conta com dois elementos principais: tempo e lugar.
O narrador pode estar ou não inserido nos acontecimentos e sofrer ações e intromissões de outros personagens de acordo com o contexto em que se passa a história. Os verbos neste tipo de texto são usados em primeira pessoa para personagens e em terceira pessoa quando um observador esta contando algum fato.
Narrar é contar algo, organizando um texto com o objetivo de expor uma sequência de fatos, reais ou imaginários, baseado nas ações que envolvem personagens, tempo, espaço e conflito. Os textos que fazem parte do gênero narrativo são: o romance, a fábula, a crônica, o conto e a novela.
Elementos da Narrativa
Narrador: É aquele que conta a história e pode participar da história como um personagem, pode ser apenas um observador ou pode ser um narrador onisciente, ou seja, aquele que sabe até quais são os pensamentos dos personagens.
Tipos de Narrador
Narrador-personagem: É aquele que narra a história em 1º pessoa e também participa do enredo.
Narrador-observador: Esse tipo de narração usa a 3º pessoa e descreve o que vê, mas não participa da história.
Narrador Onisciente: É o narrador que sabe tudo da história e dos personagens e é capaz de saber tudo, até dos pensamentos dos personagens.
Enredo (a história a ser desenvolvida): É o texto em si.
Personagens: As pessoas que atuam na história e desenvolvem o enredo. Tem os protagonistas que representam os principais papeis na ação, os antagonistas que são opostos ao protagonistas e causam problemas a vida dele e os coadjuvantes são os outros personagens que atuam no enredo.
Tempo: É o período em que desenvolve-se a ação da história e pode ser cronológico, ou seja, com base em dias, semanas e meses, ou pode ser usado o tempo psicológico relacionados aos sentimentos dos personagens e características pessoais.
Espaço: Espaço físico em que a história é desenvolvida, mas também pode ser usado um espaço psicológico em que o espaço é trabalhado de forma subjetiva.
Estrutura da Narrativa
No texto narrativo o que predomina é a ação, portanto a maioria dos verbos são de ação, e os conectores temporais. A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel do narrador na história, pois na 1ª pessoa o narrador participa dos fatos narrados, e na 3ª pessoa é apenas um observador.
·         Apresentação/Introdução: onde são apresentadas alguns personagens e circunstâncias da história (tempo, espaço etc.). Com quem aconteceu? Quando aconteceu? Onde aconteceu?
·         Desenvolvimento: onde se inicia a ação, alguma coisa acontece modificando o estado inicial. O que aconteceu? Como aconteceu? Por que aconteceu?
·         Clímax: é quando a narrativa atinge seu momento crítico, o ponto delicado do conflito, onde o leitor não sabe para que lado a história penderá.
·         Desfecho/Conclusão: é a solução do conflito, como tudo acabou depois de todos os fatos ocorridos. Quais as consequências desse acontecimento?

Exemplos:
Vai iniciar mais uma partida de mais um clássico de futebol. E parece que o dia está claro para um jogo jamais visto em todo este campeonato. É o Brasil buscando o nosso Pentacampeonato contra a Jamaica. Vai ser dado o chute inicial e o jogo vai começar... Vai, Brasil !

Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
Que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raomundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na história. (Carlos Drummond de Andrade.0

DESCRIÇÃO
O termo descrever significa representar, por meio de palavras, as características de um objeto, ideia ou sentimento. Um texto descritivo tem como objetivo transmitir informações sobre seu foco principal, de modo que o leitor crie na sua mente uma imagem do objeto, pessoa, sentimento ou ser descrito.
Os pontos de vista existentes em uma descrição podem ser exibidos de duas maneiras: objetiva ou subjetiva.
A forma objetiva é aquela que apresenta um objeto e indica suas características principais de maneira precisa, cuidando para que as palavras não permitam mais de uma interpretação. Já a forma subjetiva acontece quando se trabalha com a linguagem para selecionar palavras ricas de sentido e o emprego de construções livres que permitem mais de uma interpretação do leitor.

Texto Descritivo

Descrever é caracterizar algo, seja uma pessoa, um lugar, uma situação, etc. É singularizar o que está sendo descrito e descrever com palavras. Nesse tipo de texto utiliza-se muitos verbos de ligação que fazem a ponte sobre adjetivos e substantivos. Pode-se usar características físicas ou subjetivas do que está sendo descrito.

Dicas para um bom Texto Descritivo

·         Use linguagem clara e dinâmica;
·         Enriqueça sua descrição com detalhes mais importantes e precisos;
·         Fale separadamente sobre os aspectos emocionais, psicológicos e físicos;
·         Escreva a descrição obedecendo a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

Tipos de Descrição

Objetiva – quando a descrição é exata, quando o objeto ou ser descrito é realmente preciso.
Subjetiva – é uma estrutura mais livre da descrição, onde o autor pode interpretar além do que vê, ou transfigurar o objeto ou ser através da emoção.

Exemplos:
Objetiva: “Esse livro foi comprado na Europa em 1958”,  “Renata está pálida”
Subjetiva: “Esse livro comprado na Europa em 1956 é interessantíssimo” “Renata está pálida, mas continua linda”
·         O ideal é que em uma descrição haja a objetividade, para que tudo seja o mais verídico possível, mas também a subjetividade, que deixa o texto mais interessante.

Elementos da Descrição

·         Nomear/identificar: dar existência ao elemento.
·         Localizar/situar: determinar o lugar que o elemento ocupa no tempo e espaço.
·         Qualificar: testemunho do observador sobre os seres do mundo.
Exemplos:
Este é o técnico da seleção: Um homem de cabelos embranquecidos pela vida de futebol e por demais atacado pela calvície e possuidor de um temperamento contestador mas audaz em sua decisão de levar o Brasil ao título do Pentacampeonato tão almejado por um Povo de autenticidade futebolística e técnicos de coração verde e amarelo que bradam e vivem a vitória e a derrota de cada etapa num grito eufórico de gol !

“Somos muitos Severinos
Iguais em tudo na vida:
Na mesma cabeça grande
Que a custo é que se equilibra,
No mesmo ventre crescido
Sobre as mesmas pernas finas,
E iguais também porque o sangue
Que usamos tem pouca tinta. ( João Cabral de Melo Neto.)














EXERCÍCIOS
01. Texto próprio para quem quer expor opiniões ou persuadir de alguma coisa, no qual se emprega o abstrato (conceitos, ideias, concepções). Tipo de texto que tem por objetivo influenciar o leitor/interlocutor com posicionamentos elencados através de uma cuidadosa ordenação lógica. Estamos falando da:
a) descrição.
b) narração.
c) exposição.
d) injunção.
e) dissertação.

      02. (MACKENZIE) "É comum, no Brasil, a prática de tortura contra presos. A  
      tortura é  moral e constitui crime. 
Embora não exista ainda nas leis penais a definição do 'crime de tortura', torturar um preso ou detido é abuso de autoridade somado à agressão e lesões corporais, podendo qualificar-se como homicídio, quando a vítima da tortura vem a morrer. Como tem sido denunciado com grande frequência, policiais incompetentes, incapazes de realizar uma investigação séria, usam a tortura para obrigar o preso a confessar um crime. Além de ser um procedimento covarde, que ofende a dignidade humana, essa prática é legalmente condenada. A confissão obtida mediante tortura não tem valor legal e o torturador comete crime, ficando sujeito a severas punições." (Dalmo de Abreu Dallan)
Pode-se afirmar que esse trecho é uma dissertação:
a) que apresenta, em todos os períodos, personagens individualizadas, movimentando-se num espaço e num tempo terríveis, denunciados pelo narrador, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam sequência dos acontecimentos;
b) que apresenta, em todos os períodos, substantivos abstratos, que representam as ideias discutidas, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam o encadeamento lógico da denúncia;
c) que apresenta uma organização temporal em função do pretérito, jogando os acontecimentos denunciados para longe do momento em que fala, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam o prolongamento das ideias repudiadas;
d) que consegue fazer uma denúncia contundente, usando, entre outros recursos, a ênfase, por meio da repetição de um substantivo abstrato em todos os períodos, bem como a predominância de orações coordenadas sindéticas, que expressam o prolongamento das ideias repudiadas;
e) que consegue construir um protesto persuasivo com uma linguagem conotativa, construída sobre metáforas e metonímias esparsas, bem como com a predominância de orações subordinadas, próprias de uma linguagem formal, natural para esse contexto. 

      03. Classifique os fragmentos a seguir de acordo com o tipo textual que representam:
I. “Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras, e, a bem dizer, não se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema. […]”. (No aeroporto – Carlos Drummond de Andrade)
II. “Peneire a farinha em um bowl e faça um buraco no meio. Junte os ovos, o leite e a manteiga e misture. Se necessário, peneire a mistura. Deixe descansar na geladeira por pelo menos ½ hora (ideal 1 hora). Em uma frigideira antiaderente, derreta um pouco de manteiga (o suficiente para cobrir o fundo da panela) em fogo médio, escorra o excesso de manteiga. [...]”.
III. “[...] Se o fenômeno cultural do futebol tem inegável dimensão política, é crucial distinguir as esferas. Do contrário, num contexto de efervescência social, o inocente gesto de apoiar a seleção, nos estádios ou fora deles, acabaria sujeito a reprimendas. Nada mais infeliz do que censurar a felicidade alheia. É de resto um despropósito torcer contra o Brasil. Os únicos que têm a ganhar com nossa derrota são os adversários, pois aos brasileiros restará apenas a tristeza. [...]”.
IV. Eu não tinha este rosto de hoje, 
assim calmo, assim triste, assim magro, 
nem estes olhos tão vazios,
 nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, 
tão paradas e frias e mortas; 
eu não tinha este coração que nem se mostra. 
Eu não dei por esta mudança, 
tão simples, tão certa, tão fácil: 
o    Em que espelho ficou perdida 
a minha face?
(Retrato – Cecília Meireles)
V. ”[...] Ainda segundo a Prefeitura, 40% dos ingressos vendidos para os jogos de São Paulo das primeira e segunda fases do mundial foram vendidos para estrangeiros, 8% para turistas brasileiros e 52% para paulistanos. Para a abertura, 22% das entradas foram vendidas para turistas, sendo que 9,9% para croatas, adversários do Brasil no jogo desta quinta-feira (12). [...]”.
a) expositivo – descritivo – narrativo – injuntivo – dissertativo-argumentativo
b) injuntivo – expositivo – narrativo – dissertativo-argumentativo – descritivo
c) narrativo – injuntivo – dissertativo-argumentativo – descritivo – expositivo
d) narrativo – expositivo – dissertativo-argumentativo – injuntivo – descritivo

      04. Sobre as características do texto dissertativo, podemos afirmar que:
a) Suas principais características são contar uma história ou narrar algum acontecimento, verídico ou não.
b) Apresentar informações sobre um objeto ou fato específico, enumerando suas características através de uma linguagem clara e objetiva.
c) Têm por finalidade instruir o leitor/interlocutor, por isso o predomínio dos verbos no infinitivo.
d) Texto da opinião, no qual as ideias são desenvolvidas com a intenção de convencer o leitor.

 

05. (Universidade Estácio de Sá – RJ). Preencha os parênteses com os números correspondentes; em seguida, assinale a alternativa que indica a correspondência correta.
1. Narrar  -  2. Argumentar   3. Expor – 4. Descrever – 5. Prescrever
(    ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como realizar ações, com emprego abundante de verbos no modo imperativo.
(    ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias sobre determinado assunto, assim como explicações, avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.
(    ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num determinado espaço e tempo, envolvendo personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse tipo de texto.
(    ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com abundância do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.
(    ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, argumentos e conclusão.
a) 3, 5, 1, 2, 4
b) 5, 3, 1, 4, 2
c) 4, 2, 3, 1, 5
d) 5, 3, 4, 1, 2
e) 2, 3, 1, 4, 5

06. (FUNCAB)
Internet e a importância da imprensa
Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posição.
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no extremismo.
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim...
A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio.   (CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)

Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de informar ou esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com verbos no modo imperativo.

07. Sobre os tipos textuais, é correto afirmar, exceto:
a) Os tipos textuais são caracterizados por propriedades linguísticas, como vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções frasais, etc.
b) Os tipos textuais são: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição.
c) Geralmente variam entre cinco e nove tipos.
d) Possuem um conjunto ilimitado de características, que são determinadas de acordo com o estilo do autor, conteúdo, composição e função.
e) Os tipos de textos apresentam características intrínsecas e invariáveis, ou seja, não sofrem a influência do contexto de nossas atividades comunicativas. De maneira predeterminada, apresentam vocabulário, relações lógicas, tempos verbais e construções frasais que acolhem os diversos gêneros.

08. Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias textuais às quais eles pertencem:

Texto I
“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario).


Texto 2
“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma cara de menino, que a expressão alegre acentuava ainda mais.”

Texto 3
Novas tecnologias
Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “fetichizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático perverso, ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar. 2013 (adaptado).

Texto 4
Modo de preparo:
Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, acrescente o açúcar e bata por 5 minutos;
Depois, numa tigela ou na batedeira, coloque o restante dos ingredientes, misturando tudo, menos o fermento;
Esse é misturado lentamente com uma colher;
Asse em forno preaquecido (180° C) por 40 minutos.
a) narração – descrição – dissertação – prescrição.
b) descrição – narração – dissertação – prescrição.
c) dissertação – prescrição – descrição – narração.
d) prescrição – descrição – dissertação – narração.
09. Complete os espaços em branco:
a) A descrição é                                       quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, clara, direta, sem metáforas ou outras formas literárias.
b) Descrever é traduzir com palavras aquilo que se viu e se observou. É a representação, por meio das                                   , de um                               ou de uma                                   .
c)  A                                  caracteriza-se pela análise objetiva de um assunto, pela sequencia lógica das ideias, quando refletidas e expressas, pela coerência na exposição delas.
d) Para escrever bem preciso                                  bem o assunto para ver claramente a ordem dos                                     e formular deles uma sequencia, na                                     , em que cada ponto representa uma ideia.

10. Expor ideias em torno de um problema é:
(  )Dissertar                           (  )Narrar                   (  )Descrever

11. Descrição literária, onde as palavras são tomadas em sentido simbólico:
(  )Descrição Denotativa                          (  )Descrição Conotativa

12. Esse texto é uma:
“Manhã cinzenta. Partida de Lisboa. Os primeiros aspectos da campina ribatejana: touros, campinas de vara ao alto, searas infinitas. 
Despois, mutação de cenário: florestas de pinheiros verde negros, outeiros.
Uma aberta de luz: Campos extensos de milho e arrozais. Enfim, o tufo espesso de Choupol. Coimbra, debruçada sobre o Mandego”

(  )Descrição               (  )Narração            (  )Dissertação

13. Este texto é uma:
“As casinhas eram alugadas por mês i as tinas por dia: tudo pago adiantado. O preço de cada tina metendo água, quinhentos réis, sabão à parte. As moradoras do cortiço tinham preferência e não pagavam nada para lavar.
Graças à abundância da água que lá havia, como em nenhuma outra parte, e graças ao muito espaço de que se dispunha no cortiço para estender a roupa, a concorrência às tinas não se fez esperar,; acudiram lavadeiras de todos os pontos da cidade, entre elas algumas vindas de bem longe. E, mal vagava uma das casinhas, ou um quarto, um canto onde coubesse um colchão, surgia uma nuvem de pretendentes a disputa-los.”
(  )Descrição             (  )Narração                (  )Dissertação
14. Relacione:
(A) Introdução
(B) Desenvolvimento
(C) Conclusão

 ) parte em que se discute a proposta.
  ) parte em que se toma posição relativamente à proposta.
(   ) parte em que se apresenta o assunto a ser questionado.

RESPOSTAS
     Resposta Questão 1
Alternativa 'e'

      Resposta Questão 2
Alternativa “b”. 

     Resposta Questão 3
Alternativa “c”. Os textos são pertencentes, respectivamente, aos seguintes gêneros: crônica, receita, editorial, poema e reportagem.

      Resposta Questão 4
Alternativa “d”. O texto dissertativo-argumentativo é o texto da opinião, no qual as ideias são desenvolvidas com a intenção de convencer o leitor. É preferencialmente escrito na terceira pessoa, configurando assim o discurso indireto.

Resposta Questão 5
Alternativa “b”.
Resposta Questão 6
Alternativa “c”. Na dissertação de caráter argumentativo, não basta expor ideias: é necessário explicá-las através de opiniões e argumentos que convençam o leitor de que a ideia defendida está correta. Dizemos que é um texto argumentativo porque defende uma tese e dissertativo porque utiliza explicações para justificar essa tese.
Resposta Questão 7
Alternativa “d”. Os tipos textuais variam entre cinco e nove modelos, apresentando um número limitado de características. Diferentemente dos gêneros textuais, os tipos não sofrem a influência do contexto das atividades comunicativas.
Resposta Questão 8
Alternativa “a”.
Resposta Questão 09.
a) denotativa”;
b) “palavras”, “objeto”, “imagem”;
c) “dissertação”;
d) “conhecer”, “pensamentos”, “cadeia”;

Resposta Questão 10. 
“dissertar”;
Resposta Questão 11. 
“descrição conotativa”;

Resposta Questão 12.
“descrição”;

Resposta Questão 13.
“narração”;

Resposta Questão 14.
(B) ;
(C) ;
(A).

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