A
adolescência e uma fase do desenvolvimento humano em que ocorrem muitas
mudanças é uma fase conflituosa da vida devido às transformações físicas e
emocionais vividas. Surge a curiosidade, os questionamentos, a vontade de
conhecer, de experimentar o novo mesmo sabendo dos riscos, e um sentimento de
ser capaz de tomar as próprias decisões. É o momento que o adolescente procura
sua identidade, não mais se baseando nas orientações dos pais, mas também
nas relações que constrói principalmente com o grupo de amigos.
Para a grande
maioria dos jovens, ter experiências novas (lugares, músicas, amigos e também
drogas) não necessariamente trará problemas permanentes, e muitos se tornarão
adultos saudáveis. Mas há jovens que passam a ter problemas a partir dessas experiências,
e por conta disso a adolescência é um período de risco para o envolvimento com
as drogas.
Ao menos em parte, os riscos podem ser
atribuídos às próprias características da adolescência tais como:
- Necessidade de aceitação
pelo grupo de amigos
- Desejo de experimentar
comportamentos visto como "de adultos"
- Sensação de onipotência
"comigo isso não acontece"
- Grandes mudanças
comportamentais gerando insegurança
- Aumento da impulsividade
A curiosidade
natural dos adolescentes é um dos fatores de maior influência na experimentação
de álcool e outras drogas, assim como a opinião dos amigos. Essa curiosidade o
faz buscar novas sensações e prazeres, o adolescente vive o presente e na sua
busca por realizações imediatas o efeito das drogas vai de encontro
a isto, proporcionando prazer imediato.
O modismo é
outro aspecto importante relacionado ao uso de substâncias entre adolescentes,
pois reflete a tendência do momento, e os adolescentes são particularmente
vulneráveis a estas influências. Afinal estão saindo da infância e começando a
sentir o prazer da liberdade nas pequenas coisas, desde a escolha de suas
próprias roupas, e atividades de lazer, até a definição de qual será seu
estilo. A pressão da turma, o modelo dos ídolos e os exemplos que os
jovens tiveram dentro de casa.
O papel da
família na formação do adolescente
A família,
por sua vez, pode atuar com o um fator de risco ou protetor para o uso de
substância psicoativas. Filhos de dependentes de álcool e drogas apresentam
risco quatro vezes maior de também se tornarem dependentes.
Mas o desenvolvimento da dependência irá depender da interação de:
aspectos genéticos.
- Características de
personalidade
- Fatores ambientais, que
poderão ser protetores ou até mesmo de risco para o uso de drogas.
É de
fundamental importância o papel da família na formação do adolescente. É função
de a família fazer com que a criança aprenda a lidar com limites e frustrações.
Crianças que crescem em um ambiente com limites e regras claras, geralmente são mais seguras e sabem o que podem e o que não podem fazer. Quando se deparam com um limite, sabem lidar com a frustração.
Crianças que crescem em um ambiente com limites e regras claras, geralmente são mais seguras e sabem o que podem e o que não podem fazer. Quando se deparam com um limite, sabem lidar com a frustração.
Crianças
criadas sem regras claras buscam testar os limites dentro de casa, adotando um
comportamento desafiador com os pais e, posteriormente, ao entrar na
adolescência, repetem esse mesmo comportamento desafiador fora de casa. Além
disso, por não estarem acostumados a regras e limites, não aceitam quando estes
lhe são impostos.
Alguns
estudiosos afirmam que adolescentes desafiadores e que não sabem lidar com
frustrações, apresentam maior risco para o uso de drogas.
Por outro lado, o monitoramento por parte dos pais e um bom relacionamento entre eles, é um importante fator de proteção em relação ao uso de drogas.
Fatores internos.
Por outro lado, o monitoramento por parte dos pais e um bom relacionamento entre eles, é um importante fator de proteção em relação ao uso de drogas.
Fatores internos.
Dentre os fatores internos que podem facilitar o uso de álcool e
drogas pelos adolescentes se destacam:
- Insatisfação
- Insegurança
- Sintomas depressivos
Os jovens
precisam sentir que são bons em alguma atividade, sendo que este destaque
representará sua identidade e sua função dentro do grupo. O adolescente que não
consegue se destacar, seja nos esportes, estudos, relacionamentos sociais,
dentre outros, ou que se sente inseguro quanto ao seu desempenho, pode buscar
nas drogas a sua identificação, além de empurrá-lo para experimentar atividades
nas quais ele se sinta mais seguro.
Os sintomas depressivos na adolescência, são por um lado normais, em virtude das grandes mudanças biológicas e psíquicas, mas muitas vezes podem apresentar fator de risco. O jovem que está triste ansioso ou desanimado pode buscar atividades ou coisas que o ajudem a se sentir melhor. Neste sentido as drogas podem proporcionar, de forma imediata, uma melhora ou alívio a esses sintomas. Quanto mais impulsivo e menos tolerante à frustração for o adolescente, maior será esse risco.
Os sintomas depressivos na adolescência, são por um lado normais, em virtude das grandes mudanças biológicas e psíquicas, mas muitas vezes podem apresentar fator de risco. O jovem que está triste ansioso ou desanimado pode buscar atividades ou coisas que o ajudem a se sentir melhor. Neste sentido as drogas podem proporcionar, de forma imediata, uma melhora ou alívio a esses sintomas. Quanto mais impulsivo e menos tolerante à frustração for o adolescente, maior será esse risco.
Alguns
estudos mostram que adolescentes que apresentam sintomas depressivos (se
isolam da família e amigos, sentem-se infelizes, descontentes e
incompreendidos, com baixa autoestima) passam mais rápido da fase de
experimentação para o abuso e, consequentemente, para a dependência.

Outros aspectos importantes em relação os uso de drogas na adolescência·.

Outros aspectos importantes em relação os uso de drogas na adolescência·.
- É no período entre a
adolescência e o início da idade adulta que ocorrem os maiores níveis de
experimentação e problemas relacionados ao uso de álcool e outras
drogas.
- Muitos jovens, apesar do
pouco tempo de uso de substâncias, passam muito rapidamente de um estágio de
consumo para outro, além de fazerem o uso de várias substâncias ao mesmo
tempo. Por outro lado, uma grande parcela deles diminui significativamente
o consumo no início da fase adulta, para adequar-se às obrigações da
maturidade, (trabalho, casamento e filhos).
- Vários estudos demonstram
que quanto mais cedo se inicia o uso de drogas, maior a chance de
desenvolvimento de dependência.
Principais fatores de risco no período da adolescência
- Grande disponibilidade de
drogas
- Maior tolerância em
relação ao consumo de algumas substâncias
- Estresse gerado por
conflitos familiares e falta de estrutura familiar como: pais distantes,
dificuldade dos pais estabelecerem limites para o adolescente, mudanças
significativas (de cidade, perda de um dos pais).
- Características de
personalidade: baixa autoestima, baixa autoconfiança, agressividade,
impulsividade, rebeldia, dificuldade de aceitar ser contrariado.
- Transtornos
psiquiátricos: de conduta, de hiperatividade e déficit de atenção,
depressão, ansiedade e outros transtornos de personalidade.
Uma palavra
aos pais
Ao descobrirem que o filho
adolescente está usando drogas, alguns pais tendem a se sentirem culpados,
questionando-se onde erraram na educação do filho, o motivo de tal fato estar acontecendo
com eles já que nunca deixaram faltar nada em casa. Outros pais buscam a
internação de seus filhos esperando um método de cura imediata. Há alguns que
recebem a notícia acusando o grupo social a qual o filho pertence. A tentativa
de ajudar o filho e redimir a culpa transforma um problema, possivelmente
passageiro e de solução possível, numa tragédia que afeta violenta mente a vida
da família e do jovem.
Há alguns casos em que se
torna comum às famílias terem em casa uma "farmacinha" com analgésicos,
calmantes, na qual as pessoas vão tomando, muitas vezes sem prescrição médica,
pensando numa solução química para os seus problemas ou simplesmente para
relaxar.
Há ainda o álcool que costuma
ser usado no diminutivo como cervejinha, uisquinho entre outros, como forma de
amenizarem os seus males. Esses elementos não são encarados como drogas. E para
o filho ver o pai se embriagar e a mãe se dopar com calmantes se torna normal.
Diálogo: o melhor caminho
Procure dialogar com seu
filho, uma conversa franca pode ter resultados além do esperado. Lembre-se não
humilhe seu filho, sarcasmo e humilhação são armas poderosas, que podem ferir,
de modo profundo, a autoestima dos adolescentes. Amedrontar também não é o
melhor caminho.
Além de manter a calma, tente
abrir espaço para reflexão. Seja franco e honesto, mas não raivoso. Expresse
preocupações e mágoa, se for o caso. Transmita seus sentimentos e convide-o a
refletir.
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