Os
adolescentes apresentam alterações profundas nas suas relações sociais.  É um tempo de afastamento e, por vezes de
ruptura com a unidade familiar. Enquanto as relações com os pares vão se
tornando cada vez mais importantes durante a última fase da infância, na
adolescência os pares tornam-se as pessoas mais importantes para a vida
individual. Esta viragem da orientação para os pares poderá ser apercebida na
crescente conformidade às ideias e concepções do grupo de pares que surge no
início da puberdade (dos 11 aos 13 anos), enfraquecendo a partir dos 15 anos.  
        Ao
mesmo tempo em que as amizades e as relações românticas se tornam mais
intensas, diminui o interesse do adolescente pelas atividades familiares,
poderá começar a rejeitar alguns valores familiares, e revoltar-se contra a
autoridade paterna. Embora muitos adolescentes não sofram um período turbulento
de rebelião, quase todos se distanciam de algum modo dos seus pais durante este
período.
           Se
pensarmos a adolescência como um fase de transição entre a infância e o mundo
adulto, o distanciamento e mesmo certa dose de rebeldia podem ser considerados
como positivos para o desenvolvimento da vida adulta independente. No entanto,
estas mudanças nem sempre são encaradas positivamente pelos pais e pelos
adolescentes envolvidos. À medida que a influência dos pares ganha ascendência
sobre a dos pais, os adolescentes adotam os valores, atitudes estilos de roupa
e linguagem dos seus pares. Por vezes a influência dos pares ergue-se em
oposição direta à dos pais, resultando em conflitos dolorosos, quando os pais
tentam fazer prevalecer a sua autoridade.
          
Surpreendentemente, no entanto, muitos adolescentes mantêm-se
notavelmente próximos dos seus pais em termos de valores e atitudes. Os
preconceitos, atitudes e crenças dos adolescentes tendem a ser semelhantes aos
dos seus pais. Existem, contudo algumas diferenças. Os adolescentes encaram
geralmente a religião como menos importante, são mais receptivos ao sexo e vida
em comum fora do casamento, e são a favor de uma visão menos tradicional do
papel das mulheres.
CONFLITOS
DO ADOLESCENTE
Conflitos surgem
quando há a necessidade de escolha entre situações que podem ser consideradas
incompatíveis, contrárias entre si. Todas as transformações que nós já vimos na
conversa anterior causam conflitos, mas eles são sem dúvida nenhuma, acentuados
pela ação da mídia e das amizades. E a mídia funciona assim: quanto mais tempo
estamos expostos a ela, mais ela “faz a nossa cabeça”. Destas ações internas e
externas ao adolescente surgem basicamente 4 tipos de conflitos: Existencial,
Emocional, Comportamental e Espiritual.
CONFLITO EXISTENCIAL –
lembra da pergunta: Para que eu existo? Vivo para que?
A atração pelo mundo tem dado aos adolescentes
novas razões para existirem, razões que procuram torná-los individualmente o
ser mais importante da face da Terra. Vejam como a ação da mídia tem alimentado
a razão deles existirem: o Materialismo ensina-os
que ter é melhor do que ser, ou seja, a atração pelo desejo de ter, de
satisfazer e do poder. Uma vida voltada para o consumismo e o bem material. /
O Relativismo atual, ensinando que não existe uma
verdade absoluta, tudo depende do ponto de vista…o que é certo? O que é errado?
Qual o padrão? / OHumanismo divinizando o homem,
o homem sendo auto-suficiente, o adolescente sendo auto suficiente, para que
precisará de Deus?
CONFLITO EMOCIONAL –
vivo de que tipo de emoção?
A Infantilização –
tendência atual é manter os adolescentes infantilizados, só estimulando-os para
o prazer, viver para o prazer, para se sentir bem. Afastando-os de frustrações
e do desprazer, que maturidade emocional podem alcançar? / O superficialismo nos relacionamentos, nas amizades.
A falta de sensibilidade com o outro, o que importa é seu sentimento. Amizades
virtuais, ficar, etc. / O imediatismo apressando
tudo o tempo todo. Não se pode esperar, tem que ser para agora. Tenho que me
satisfazer agora, quero hoje… veja que impressionante um exemplo deixado na
Bíblia em 2 Sm 13.1-15.
CONFLITO COMPORTAMENTAL –
penso de um jeito, mas ajo de outro. As contradições entre o que eu creio e o
que eu pratico.
A Dicotomia que
mostra o divórcio entre fé e prática. Quando se professa uma coisa e se faz
outra o que acontece é viver de aparência, uma encenação, uma maquiagem. /
O individualismo mostra que pensar que fé é uma
coisa e o que se faz ou deixa de fazer é outra é fruto de se contextualizar e
acabar se mundanizando. / O Antinomismo é
viver sem lei. Num mundo em que os valores estão tão invertidos por que com
eles não aconteceria o mesmo?
CONFLITO ESPIRITUAL –
ter uma religião ou ser regenerado?
Tudo aqui
depende de uma boa evangelização, mas se as boas novas da salvação forem ditas
pela metade, dizendo só o que agrade ao adolescente, isentando-o de reconhecer
seus pecados e se arrepender, teremos uma pseudo evangelização – algo para
ajeitar a vida dele, para massagear e não transformar seu ser. Se temos uma
pseudo evangelização, tudo o mais será neste estilo, ou seja, teremos uma
pseudo conversão (nova religião e não novo nascimento), em seguida um pseudo
crescimento espiritual que resultará numa espiritualidade falsa, onde se troca o vivencial pelo virtual.
 
 
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