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RELIGIÃO deriva do termo latino "Re-Ligare", que
  significa "religação" com o divino. Essa definição engloba
  necessariamente qualquer forma de aspecto místico e religioso, abrangendo
  seitas, mitologias e quaisquer outras doutrinas ou formas de pensamento que
  tenham como característica fundamental um conteúdo Metafísico, ou seja, de
  além do mundo físico. 
Sendo assim o hábito, geralmente por parte de
  grupos religiosos de taxarem tal ou qual grupo religioso rival de seita, não
  têm apoio na definição do termo. SEITA, derivado da palavra
  latina "Secta", nada mais é do que um segmento minoritário que se
  diferencia das crenças majoritárias, mas como tal também é religião. 
HERESIA é outro termo mal
  compreendido. Significa simplesmente um conteúdo que vai contra a estrutura
  teórica de uma religião dominante. Sendo assim o Cristianismo foi uma Heresia
  Judaica assim como o Protestantismo uma Heresia Católica, ou o Budismo uma
  Heresia Hinduísta. 
A MITOLOGIA é uma coleção de
  contos e lendas com uma concepção mística em comum, sendo parte integrante da
  maioria das religiões, mas suas formas variam grandemente dependendo da
  estrutura fundamental da crença religiosa. Não há religião sem mitos, mas
  podem existir mitos que não participem de uma religião. 
 MÍSTICA pode
  ser entendida como qualquer coisa que diga respeito a um plano sobre
  material. Um "Mistério". 
TIPOS DE
  RELIGIÕES 
Há várias formas de religião, e são muitos os
  modos que vários estudiosos utilizam para classificá-las. Porém há
  características comuns às religiões que aparecem com maior ou menor destaque
  em praticamente todas as divisões. 
A primeira destas características e cronológica,
  pois as formas religiosas predominantes evoluem através dos tempos nos
  sucessivos estágios culturais de qualquer sociedade. 
Outro modo é classificá-las de acordo com sua
  solidez de princípios e sua profundidade filosófica, o que irá separá-las em
  religiões com e sem Livros Sagrados. 
Pessoalmente como um estudioso do assunto,
  prefiro uma classificação que leva em conta essas duas características, e
  divide as religiões nos seguintes 4 grandes grupos distintos. | |
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PANTEÍSTAS 
POLITEÍSTAS | 
MONOTEÍSTAS 
ATEÍSTAS | 
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Nessa
  divisão há uma ordem cronológica. As Religiões PANTEÍSTAS são as mais
  antigas, dominando em sociedades menores e mais "primitivas". Tanto
  nos primórdios da civilização mesopotâmica, europeia e asiática, quanto nas
  culturas das Américas, África e Oceania. 
As Religiões POLITEÍSTAS por vezes se confundem
  com as Panteístas, mas surgem num estágio posterior do desenvolvimento de uma
  cultura. Quanto mais a sociedade se torna complexa, mais o Panteísmo vai se
  tornando Politeísmo. 
Já as MONOTEÍSTAS são mais recentes, e atualmente
  as mais disseminadas, o Monoteísmo quantitativamente ainda domina mais de
  metade da humanidade. 
E embora possa parecer estranho, existem
  religiões ATEÍSTAS, que negam a existência de um ser supremo central, embora
  possam admitir a existência de entidades espirituais diversas. Essas
  religiões geralmente surgem como uma reação a um sistema religioso Monoteísta
  ou pelo menos Politeísta, e em muitos aspectos se confunde com o Panteísmo
  embora possua características exclusivas. 
Essa divisão também traça uma hierarquia de
  rebuscamento filosófico nas religiões. As Panteístas por serem as mais
  antigas, não têm Livros Sagrados ou qualquer estabelecimento mais sólido do
  que a tradição oral, embora na atualidade o renascimento panteísta esteja mudando
  isso. Já as politeístas muitas vezes possuem registros de suas lendas e mitos
  em versão escrita, mas Nenhuma possui uma REVELAÇÃO propriamente dita. Isto é
  um privilégio do Monoteísmo. TODAS as grandes religiões monoteístas possuem
  sua Revelação Divina em forma de Livro Sagrado. As Ateístas também possuem
  seus livros guias, mas por não acreditarem num Deus pessoal, não tem o peso
  dogmático de uma revelação divina, sendo vistas em geral como tratados
  filosófico | |
PANTEÍSMO
As religiões primitivas são PANTEÍSTAS, acredita-se
num grande "Deus-Natureza". Todos os elementos naturais são
divinizados, se atribuí "inteligências" espirituais ao vento, a água,
fogo, populações animais e etc.
Há uma clara noção de equilíbrio ecossistêmico,
onde é comum ritos de agradecimento pelas dádivas naturais e pedidos às
divindades da natureza, em alguns casos requisitando autorização mesmo para o
consumo da caça que embora tenha sido obtida pelo esforço humano, seria na
verdade permitida, se não ofertada, pelos entes espirituais.
A relação de dependência do ser humano com o
ecossistema é clara, assim como a de parentesco e de submissão. As entidades
elementais da natureza estão presentes em toda a parte, conferindo a
onisciência do espírito divino. Embora haja a tendência da predominância de um
presença mística feminina, a "mãe-terra", o elemento masculino também
é notável a partir do momento que os seres humanos passam a compreender o papel
do macho na reprodução. Ocorre então a presença de dois elementos divinos
básicos, o Feminino e Masculino universal.
É um domínio de pensamento transcendente, mais
compatível com a subjetividade e a síntese, não sendo então casual que este
seja o tipo religioso onde as mulheres mais tenham influência. A presença de
sacerdotisas, bruxas e feiticeiras é em muitos casos, muito mais significativa
que a de seus equivalentes masculinos.
POLITEÍSMO
Com o tempo e o desenvolvimento as necessidades
humanas passam a se tornar mais complexas. A sobrevivência assume contornos
mais específicos, o crescimento populacional hipertrofiado graças a tecnologia
que garante maior sucesso na preservação da prole e da longevidade, gera um
série de atividades competitivas e estruturalistas nas sociedades, que se
tornam cada vez mais estratificadas.
Nesse meio tempo a influência racional em franca
ascensão tenta decifrar as transcendentes essências espirituais da natureza.
Surge então o POLITEÍSMO, onde os elementos divinos são então personificados
com qualidades cada vez mais humanas. O que era antes apenas a Água, um ser de
essência espiritual metafísica e sagrada, agora passa a ser representada por
uma entidade antropomórfica ou zoomórfica relacionada a água.
No princípio as características dessas divindades
não são muito afetadas, mas com o tempo, a imaginação humana ou a tentativa de
se adequar as religiões às estruturas sociais, elas ficam cada vez mais
parecidas com os seres humanos comuns, surgindo então entre os deuses
relacionamentos similares aos humanos inclusive com conflitos, ciúmes,
traições, romances e etc. E cada vez mais os deuses perdem características
transcendentes até que a "degeneração" chegue a ponto destes se
relacionarem sexualmente com seres humanos, o que significa a perda da natureza
metafísica, da característica invisível, ou mais, de haver relações físicas e
pessoais de violência entre humanos e divindades, sem qualquer caráter
transcendente.
Em muitos casos é difícil distinguir com clareza se
determinadas religiões são Pan ou Politeístas. Mesmo no estágio Panteísta por
vezes pode-se identificar com muita evidência algumas personificações das
entidades divinas, mas algumas características como as citadas no parágrafo
anterior são exclusivas do politeísmo. É possível que os elementos que
contribuam ou realizem essa transição sejam o Animismo, Fetichismo e Totemismo.
Ocorre também uma relativa equivalência entre
deidades femininas e masculinas, embora as masculinas mostrem sinais de
predominância a medida que o sistema de crenças se torne mais mundano,
características de uma fase mais racional e técnica onde muitas vezes a
religião politeísta caminha junto com filosofias da natureza.
É sempre nesse estágio também que as sociedades
desenvolvem escrita, ou pelo menos passa a utilizar símbolos abstratos e
códigos visuais mais elaborados, no caso do politeísmo asiático, egípcio e
europeu por exemplo, evoluiu para um sistema de escrita complexo.
Muitas destas religiões têm então, narrativas de
seus mitos em forma escrita, mas tais não possuem o valor e a significância de
uma Revelação propriamente dita.
Num estágio final tende a ocorrer o fenômeno da
Monolatria, onde a adoração se concentra numa única divindade, o que pode ser o
ponto de partida para o Monoteísmo.
MONOTEÍSMO
Chega um momento onde o Politeísmo está tão
confuso, que parece forçar o "inconsciente coletivo", ou a
"intuição global" a buscar uma nova forma de crença. Alguém precisa
pôr ordem na casa, surge então um poderoso Deus que acaba com a confusão e se
proclama como o Único soberano. Acabam-se as adorações isoladas e hierarquiza-se
rigidamente as deidades, de modo a se submeter toda a autoridade do universo a
um ente máximo.
O MONOTEÍSMO não é a crença em uma única divindade,
mas sim a soberania absoluta de uma. A própria teologia judáico-cristã-islâmica
adota hierarquias angélicas que são inclusive encarregadas de reger elementos
específicos da natureza.
Um elemento que caracteriza mais claramente o
MONOTEÍSMO mais específico, Zoroastrista, Judáico, Cristão, Islâmico e Sikh, é
antes de tudo a ausência ou escassez de representações icônicas do Deus
supremo, e sua desatribuição parcial de qualidades humanas, nem sempre bem
sucedida. Já as entidades secundárias são comumente retratadas artisticamente.
A própria mitologia grega através da Monolatria, já
estaria a dar sinais de se dirigir a um monoteísmo similar ao que chegou a
religião Hindu, ou a egípcia com a instituição do deus único Akhenaton, embora
ainda impregnadas fortemente de Politeísmo a até de reminiscências Panteístas
no caso do Bhramanismo. Zeus assomava-se cada vez mais como o regente absoluto
do universo. Entretanto um certo obstáculo teológico impedia que tal mitologia
atingisse um estágio sequer semi-Monoteísta. Zeus é filho de Chronos, neto de
Urano, essa descendência evidencia sua natureza subordinada ao tempo, ele não é
eterno ou sequer o princípio em si próprio, que é uma característica
obrigatória de um Deus Uno e absoluto como Bhraman ou Jeová.
Um fator complicador é que todas essas religiões
apesar de seu princípio Uno, são também Dualistas, pois contrapõem um deus do
Bem contra um do Mal. Entretanto não se presta "Sob Hipótese
Alguma!", qualquer culto ao deus maligno, como ocorre nas Politeístas.
Saber se o deus maligno está ou não sujeito afinal ao deus supremo é uma
discussão que vem rendendo há mais de 3.000 anos.
Diferente do estado Panteísta original não ocorre
harmonia entre os opostos, e um deles passa a ser privilegiado em detrimento do
outro. Sendo assim onde antes ocorria a divinização dos aspectos Masculinos e
Femininos do Universo, e a sacralidade da união, aqui ocorre a associação de um
com o maligno, fatalmente do elemento Feminino uma vez que todas as religiões
monoteístas surgiram na fase patriarcal da humanidade.
O Bhramanismo sendo o mais antigo, ainda conserva
qualidades tais como veneração a manifestações femininas da divindade, não
condena a relação sexual e ainda detém a crença reencarnacionista que é uma
quase constante no Panteísmo. Do Politeísmo guarda toda um miríade de deuses
personificados, com estórias bastante humanas que envolvem conflitos e paixões.
Mas a subordinação a um Uno supremo, no caso representado pela trindade
Bhrama-Vinshu-Shiva, é clara. O panteão anterior Hindu foi completamente
absorvido pelo monoteísmo Bhraman, e conservou até mesmo a deusa Aditi, que
outrora fora a divindade suprema.
Já os monoteísmos posteriores, mais afastados do
fenômeno panteísta, entram em choque mais evidente com o Politeísmo que
geralmente está em estado caótico. Ocorre um abafamento da religião anterior
pela nova e seu caráter patriarcal e associado a violência, especialmente a
partir do Judaísmo, se impõe de forma opressiva. As divindades femininas são
erradicadas ou demonizadas, sendo então obrigatoriamente associadas ao elemento
maligno do universo. Esse fenômeno acompanha a queda da condição social feminina
na sociedade.
Embora as teologias monoteístas, especialmente na
atualidade, se esforcem para afirmar o contrário, o deus único Hebreu, Cristão
e Islâmico, basicamente o mesmo, assim como o do anterior Zoroastrismo e
posterior Sikhismo, são nitidamente masculinos, aparentemente renegando o
aspecto feminino divino do universo, mas na verdade o absorvendo, uma vez que
ao contrário de deuses "supremos" Politeístas como Zeus, Osíris e
Odin, eles são carregados de atribuições de amor e compaixão, embora ainda
conservem sua Ira divina e seus atributos violentos, o que resulta em entidades
complexas, que possuem aspectos paternos e maternos simultâneamente.
Tal como a própria emocionalidade, esse é o período
mais contraditório da evolução do pensamento Teológico. Apesar de estar sob o
domínio de uma característica de predominância subjetiva, é o momento onde as
sociedades se mostraram paradoxalmente mais androcráticas. Os elementos
femininos são absorvidos pelo Deus Único dando a ele o poder de atrair e
seduzir as massas pela sua bondade, mostrando sua face benevolente, mas por
outro lado a espada da masculinidade está sempre pronta a desferir o golpe
fatal em quem se opuser a sua soberania.
Tal união, confere aos deuses monoteístas um poder
supremo inigualável, e tal contradição, tal desarmonia intrínseca, resultou não
por acaso no período religiosamente mais violento da história. As religiões
monoteístas, especialmente o trio Judaísmo-Cristianismo-Islamismo, são as mais
intolerantes e sanguinárias da história.
ATEÍSMO
As religiões aqui caracterizadas como Ateístas
negam simplesmente a existência de um Ser Supremo central, que tudo tenha
criado e a tudo controle, e talvez seja nesse grupo que se sinta mais
radicalmente a ruptura entre Ocidente e Oriente, mas basicamente o Ateísmo religioso
tende a funcionar da seguinte forma.
Se o Monoteísmo tenta acabar com o
"pandemonium" Politeísta e estabelecer uma nova ordem por algum
tempo, acaba por também se mundanizar. As autoridades religiosas interferindo
fortemente na política e na estruturação social, enfraquecem como símbolos
transcendentes. A inflexibilidade fundamentalista do sistema se revela
injustificável ante a problemática social e as conquistas e descobertas
filosóficas e científicas e num dado momento o sentimento de descrença é tal
que deixa-se de acreditar num deus. Surge o ATEÍSMO.
Esse é o ponto crucial, a razão pela qual de fato
não acredito que existam Ateus no sentido mais profundo do termo, no máximo
"agnósticos".
Geralmente o ateu não é aquele que desacredita do
"invisível", de qualquer forma de Téos, mas sim o que descrê dos
deuses personificados e corrompidos. Afinal até o mais materialista e cético
dos cientistas trabalha com forças invisíveis! Fenômenos da natureza ainda
inexplicáveis.
Gravitação Universal, Lei de Entropia, Mecânica
Quântica e etc. não podem ser vistas! Apenas seus efeitos. Tal como sempre se
alegou com relação aos deuses.
No que se refere a uma visão do Princípio, não
creio fazer diferença acreditar que um corpo é atraído para o centro da Terra
por uma força invisível da natureza ou pela vontade de um deus também
invisível. Há apenas uma maior compreensão racional do fenômeno, com maiores
resultado práticos, mas de um modo ou de outro, a explicação possui um certo
caráter de fé, tão racionalmente satisfatório para o cientista quanto para o
religioso, capaz de explicar com clareza o funcionamento do mundo e mesmo
quando isso não ocorre, admiti-se como mistérios divinos, ou causas científicas
ainda desconhecidas.
No caso do Oriente, o Ateísmo religioso surge
principalmente na Índia, sob a forma do Budismo e do Jainísmo, e na China, sob
o Taoísmo e o Confucionismo. Todas essas religiões possuem textos base com
certo grau de respeitabilidade mística ou filosófica, mas o grau de liberdade
com que se pode reinterpretar ou mesmo discordar destes textos é incomparável
em relação aos livros sagrados Monoteístas.
E nesse nível que muitas posturas passam a ser
desconsideradas como religiões, sendo tidas em geral como filosofias. No
Ocidente, tal movimento ocorreu também na Grécia Antiga, através de Filósofos
da Natureza que estabeleciam como princípio primário universal alguma
"substância" completamente impessoal. Mais especificamente,
Aristóteles colocava o MOTOR IMÓVEL como o princípio primário, e PLOTINO,
estabelecia o UNO. Porém essa breve ascensão do Ateísmo filosófico e científico
ocidental foi logo minada pelo sucesso do Monoteísmo cristão.
O Ateísmo no Ocidente só surgiu novamente após a
renascença, no Iluminismo, onde outras formas filosóficas se desenvolveram, mas
a mistura destas com os Neo Panteísmos e o avanço científico em geral resulta
num quadro difícil de se diferenciar.
Mas o ponto mais complexo na verdade, e que Ateísmo
e Panteísmo se confundem.
Religiões ATEÍSTAS e
NEO-PANTEÍSTAS
As religiões Ateístas não crêem numa entidade
suprema central, mas pregam a interdependência harmônica do Universo, da mesma
forma que o Panteísmo.
Pregam a harmonia dos opostos como Yin e Yang, da
mesma forma que a harmonia entre a Deusa e o Deus no Panteísmo, e constantemente
adotam um posição de neutralidade em relação aos eventos.
Provavelmente não por acaso TAOÍSMO e BUDISMO são
as mais avançadas das grandes religiões num sentido metafísico, racional e
mesmo científico. São imunes a contestação racional pois seus conceitos
trabalham num plano mais abstrato mas ao mesmo tempo capaz de explicar a
realidade, e fartos de paradoxos escapistas, sendo extremamente mais flexíveis
que as religiões monoteístas por exemplo. Não há casos significativos de
atrocidades cometidas em nome destas religiões em larga escala como as
monoteístas ou nas politeístas monolátricas.
Porém, barreiras intransponíveis impedem que essas
religiões sejam nesse esquema de divisão, classificadas como Panteístas.
TAOÍSMO e CONFUCIONISMO que são chinesas equanto o BUDISMO e o JAINISMO
Indianos, são religiões letradas. Possuem seus escritos fundamentais como os
Sutras Budistas, o Tao Te-King Taoísta e os Anacletos Confucianos e os textos
dos Tirthankaras Jainistas. Todas possuem seus mentores, Buda, Lao-Tsé, Confúcio
e Mahavira. E todas são muito desenvolvidas filosoficamente, por vezes sendo
consideradas não religiões, mas filosofia. Todas essas características
inexistem no Panteísmo primitivo.
Portanto isso me leva a classificá-las como
RELIGIÕES ATEÍSTAS, por declararem a inexistência de um Ser Supremo. Pelo
contrário, o TAO ou o NIRVANA, o centro de todo o Universo segundo o Taoísmo e
Confucionismo, e o Budismo, são uma espécie de Vazio, um Não-Ser.
Já o Neo-Panteísmo possui sim seus textos. É o caso
do Espiritismo Kardecista, do Bahaísmo, do Racionalismo Cristão e etc. Embora
muitos insistam em negar-se como Panteístas se inclinando para o Monoteísmo,
porém uma série de fatores a distanciam muito deste grupo. Tais como:
A ênfase atenuada dada ao livro base da doutrina,
que embora seja uma revelação, não tem o mesmo peso dogmático e em geral se
apresenta de forma predominantemente racional. A postura passiva e não
proselitista, e muito menos violenta, do Monoteísmo tradicional. A
caraterização de seu fundador que mesmo sendo dotado de dons supra-naturais,
não reivindica deificação e nem mesmo reverência especial. E o mais importante,
diferenciando-as principalmente do Monoteísmo "Ocidental", o
tratamento totalmente diferenciado dado a questão da existência do
"Mal". Esses são alguns exemplos que tendem a afastar essas novas
religiões, que prefiro agrupar na categoria Neo-Panteísmo, do grupo das
Monoteístas. 
| 
PANTEÍSMO | 
=> | 
Deus é Tudo | 
| 
POLITEÍSMO | 
=> | 
Deus é Plural | 
| 
MONOTEÍSMO | 
=> | 
Deus é Um | 
| 
ATEÍSMO | 
=> | 
Deus é Nada | 
Evidentemente, afirmar que DEUS é
TUDO é muito similar a afirmar que é NADA. O ZERO é tão imensurável e
incalculável quanto o INFINITO. Eles não podem ser medidos ou divididos, assim
como não se divide por eles.
Vale lembrar que não se pode também rotular tal ou
qual religião como meramente Pan, Poli ou Monoteísta. Muitas passaram pelas
várias fases nem sempre de maneira perceptível e consensual. O próprio Budismo
tem várias escolas bastante diferentes entre si, e mesmo o Cristianismo tem
suas variantes com direito a reencarnação e sexo tântrico, e cujas atribuições
de Deus o afastam das características monoteístas. Mas o processo macro,
inconsciente, me parece ser esse! O de fases "psicohistóricas" que
vão na forma:
?-PANTEÍSMO-POLITEÍSMO-MONOTEÍSMO-ATEÍSMO-?PANTEÍSMO
Outro ponto importante é que jamais uma dessas
formas religiosas deixou de existir totalmente, principalmente na atualidade
onde a intolerância religiosa não é mais "tolerada" na maior parte do
mundo. Esses tipos de religiões se misturam e se confundem, o que explica
porque qualquer tentativa de se classificar as religiões é tão complexa.
Até mesmo essa divisão esquemática apresenta
problemas, como a notável diferença entre o Monoteísmo "Ocidental",
Judaísmo-Cristianismo-Islamismo, fortemente interligadas, o Monoteísmo
Oriental, Hindu, Bhramanismo e Sikhismo, e o sempre complexo Zoroastrismo, de
características fortemente Maniqueistas, o que viria por vezes a suscintar a
questão de se o Maniqueísmo, que tem forte influência sobre
o Gnosticismo e o Catolicismo, poderia ser considerado Monoteísta. 
 
 
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