Quando se fala em justiça, muitos pensam logo em poder
judiciário, juízes e advogados, tribunais e processos. Mas o que se entende por
justiça vai muito além.
Antes de ser uma instituição, a justiça é uma exigência da
vida de todo dia; é a maneira correta, correta, honesta, de pensar, decidir e
agir em relação ao outro. Nesse sentido, agir segundo a justiça é observar as
normas gerais da convivência humana, as leis, os costumes legítimos numa
determinada sociedade, as regras que orientam a vida dos grupos humanos a que
pertencemos, família, escola, clube etc.
Mas viver segundo a justiça tem ainda um outro sentido mais
profundo e mais amplo: é respeitar o outro na sua pessoa, na sua honra, nos
seus bens, nos seus direitos, enfim. Viver segundo a justiça é ter sempre
presente o outro e os seus direitos, isto é, respeitar os direitos humanos.
A gente ouve falar, frequentemente, que o país está em crise.
Crise econômica, crise política e crise moral. É verdade. Mas, no fundo, é uma
crise de justiça: as pessoas se habituaram a viver sem levar em conta o outro e
seus direitos.
O motorista avança o sinal ou ultrapassa o limite de
velocidade: é uma injustiça. O político finge que está interessado no bem da
sociedade, mas, realmente, quer aumentar o seu poder e se enriquecer: além de ser
uma mentira, é uma injustiça. O comerciante que cobra preços abusivos, o patrão
que paga um salário de fome, o estudante que desperdiça tempo e dinheiro, não
estudando, o operário ou funcionário que executa mal o seu trabalho, todos
cometem injustiças, não estão agindo segundo a justiça.
Há gente que tem dificuldade em admitir que tudo isso seja
injustiça. É difícil convencer o motorista de que está sendo injusto quando
corre demais! É que a gente só pensa em si mesmo, quando muito, nos nossos
familiares e amigos. Os outros que se virem.
A raiz da injustiça é esse desconhecimento do outro. Nesse
sentido, todo aquele que comete injustiça dá prova de que ainda está agindo
como criança, achando-se o centro do mundo, ou então, de que é egoísta. Nos
todos dependemos uns dos outros. Assim como nascemos da relação de uma mulher
com um homem, crescemos e nos desenvolvemos em constante intercambio, uns com
os outros. A sociedade só se tornará humana, quando todos se esforçarem por
agir segundo a justiça. Nem sempre é fácil. Exige coragem e capacidade de
superar as nossas tendências infantis e egoístas. Ser humanos é um grande
desafio.
Justiça é a particularidade do que é justo e
correto, como o respeito à igualdade de todos os
cidadãos, por exemplo. Etimologicamente, este é um termo que vem do latim justitia. É o principio
básico que mantém a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma
legal.
A Justiça pode ser reconhecida
por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou por mediação
através dos tribunais.
Em Roma, a justiça é
representada por uma estátua, com olhos vendados, que significa que "todos
são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais",
ou ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade
entre todos.
Segundo Aristóteles, o termo
justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim, justo é tanto
aquele que cumpre a lei (justiça em sentido estrito) quanto aquele que realiza
a igualdade (justiça em sentido universal).
Justiça também é uma das quatro
virtudes cardinais, e, segundo a doutrina da Igreja Católica, consiste "na
constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido"
Ser
justo é reconhecer lealmente o seu erro ou a sua falta, e não os atribuir a
outrem, e ainda menos a um subalterno que não fez mais do que executar, o
melhor que pôde e soube e com os meios de que dispunha, ordens imprecisas ou
incompletas.
Ser
justo é usar no exercício da sua missão de uma retidão irrepreensível, que
assegura mais o ascendente moral sobre uma coletividade do que o uso de todos
os artifícios do comando.
Não
existe homem no mundo que, por mais virtuoso que seja, passe por inocente ao
espírito dum soberano que, não examinando as coisas por si mesmo, desse ouvidos
às calúnias. Os súbditos, como seres não inferiores, têm direito à justiça
absoluta; esforcemo-nos por dar-lhe. Não procuremos inspirar em nossos
subordinados o terror, mas a confiança: que não temam mas desejem a presença do
chefe. Protejamo-los sempre que tenham executado ou julguem ter executado as
nossas ordens.
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