Os princípios da textualidade que
serão apresentados neste trabalho como ferramentas para a produção de sentido
no texto são: a contextualização, a coesão, a coerência e os cinco fatores
pragmáticos (intencionalidade, informatividade, aceitabilidade,
situacionalidade e intertextualidade).
Inicialmente destacaremos as
características necessárias para a produção de sentido no texto.
Ao elaborar qualquer tipo de texto
seja ele literário ou não, devem-se destacar os principais elementos que o
autor utilizará para a transmissão de ideias e assim elaborar as informações
necessárias para a compreensão do interlocutor.
A produção de sentido no texto está
inteiramente ligado à leitura e compreensão. Não adianta decodificar sem
assimilação e compreensão.
Quando se estuda a produção textual e seus
elementos e comparamos na prática, verificamos que o principal desafio entre os
alunos é aplicarem os procedimentos ensinados, de forma estrutural que possa
lhe direcionar nas possibilidades de interpretação que está totalmente atrelado
as diversas estratégias e conhecimentos, lhes dando sentido e facilidade na
leitura e na escrita.
Um
texto tem uma textura e é isto que o distingue de um não texto. O texto é
formado pela relação semântica de coesão. Entendem, então, coesão como
um conceito semântico referente às relações de sentido que se estabelecem entre
os enunciados que compõem o texto, assim, a interpretação de um elemento
depende da interpretação de outro.
A coerência, por sua vez, refere-se
aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as
relações subjacentes ao texto de superfície, se unem numa configuração de
maneira reciprocamente acessível e relevante.
Estudos mostram que a maioria dos
alunos que concluíram o ensino médio desconhece os fatores pragmáticos do texto
e apesar de fazer suposições erradas a respeito também desconhecem diferenças
básicas em diversos tipos de textos como redações, sínteses e resumos que são
conhecimentos básicos para a entrada deste estudante na universidade e para a
vida profissional sendo esta a realidade na maior parte do país, logo isso se
deve ao fato de que o ensino defasado não dá suporte para que docentes de
Língua Portuguesa abordem o conteúdo, pois devido ao tempo e ao cronograma dos
conteúdos obrigatórios do ano letivo, os mesmo se veem sem recursos para traçar
prioridades, ficando conteúdos importantes para o desenvolvimento do aluno em
segundo plano.
Tais fatores são trabalhados de
forma interligada, pois a coerência textual se estabelece através da interação,
crenças, desejos, preferências, normas e valores dos interlocutores e estando
afinados com tais conhecimentos é que o leitor identificará de maneira clara no
texto seu conteúdo (tema) e finalidade.
São cinco os fatores pragmáticos que serão
delineados a seguir: a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade,
a informatividade e a intertextualidade.
·
Intencionalidade
Refere-se ao esforço do produtor do texto em
construir uma comunicação eficiente capaz de satisfazer os objetivos de ambos
os interlocutores. Quer dizer, o texto produzido deverá ser compatível com as
intenções comunicativas de quem o produz.
·
Aceitabilidade
O texto produzido também deverá ser compatível com
a expectativa do receptor em colocar-se diante de um texto coerente, coeso,
útil e relevante. O contrato de cooperação estabelecido pelo produtor e pelo
receptor permite que a comunicação apresente falha de quantidade e de qualidade,
sem que haja vazios comunicativos. Isso se dá porque o receptor esforça-se em
compreender os textos produzidos.
·
Situacionalidade
É a adequação do texto a uma situação comunicativa,
ao contexto. Note-se que a situação orienta o sentido do discurso, tanto na sua
produção como na sua interpretação. Por isso, muitas vezes, menos coeso e,
aparentemente, menos claro pode funcionar melhor em determinadas situações do
que outro de configuração mais completa. É importante notar que a situação
comunicativa interfere na produção do texto, assim como este tem reflexos sobre
toda a situação, já que o texto não é um simples reflexo do mundo real. O homem
serve de mediador, com suas crenças e ideias, recriando a situação. O mesmo
objeto é descrito por duas pessoas distintamente, pois elas o encaram de modo
diverso. Muitos linguistas têm-se preocupado em desenvolver cada um dos fatores
citados, ressaltando sua importância na construção dos textos.
·
Informatividade
É a medida na quais as ocorrências de um texto são
esperadas ou não, conhecidas ou não, pelo receptor. Um discurso menos
previsível tem mais informatividade. Sua recepção é mais trabalhosa, porém mais
interessante e envolvente. O excesso de informatividade pode ser rejeitado pelo
receptor, que não poderá processá-lo. O ideal é que o texto se mantenha num
nível mediano de informatividade, que fale de informações que tragam novidades,
mas que venham ligadas a dados conhecidos.
·
Intertextualidade
Concerne aos fatores que tornam a interpretação de
um texto dependente da interpretação de outros. Cada texto constrói-se, não
isoladamente, mas em relação a outro já dito, do qual abstrai alguns aspectos
para dar-lhes outra feição. O contexto de um texto também pode ser de outros
textos com os quais se relaciona.
Nenhum comentário:
Postar um comentário