Você já parou para pensar sobre qual é
o sentido da sua vida? Algumas pessoas jamais pensaram sobre isso, enquanto
outras passam a vida buscando a resposta para essa questão. Independentemente
das nossas crenças ou da ausência delas, precisamos ter um norte para nossas
existências, uma razão para continuar que é muito maior que o nosso instinto de
sobrevivência.
Geralmente as pessoas buscam a
felicidade e fazem dela o sentido de suas vidas, mas é difícil definir a
felicidade, saber onde ela está e o que nos faz felizes. Para algumas pessoas a
felicidade é encontrar um grande amor com quem se possa compartilhar os
melhores momentos, viver junto, envelhecer em sua companhia. Para outros a
felicidade está em constituir uma bela família, ter filhos e criá-los segundo
seus ideais e valores. Outros ainda se dedicam a uma causa que os fazem
felizes, seja ela humanitária, religiosa, ambiental. Há os que dedicam sua vida
a uma profissão e procuram dar o melhor de si ao ofício escolhido, tentando se
superar a cada dia para que o resultado do seu trabalho seja sempre aprimorado.
Muita gente busca a felicidade em
coisas efêmeras, como o consumo, o dinheiro, as drogas, o poder. Quando a vida
é motivada por coisas desse tipo, invariavelmente a consequência é um dano à
própria pessoa ou às pessoas próximas, à sociedade, ao bem comum. Na realidade
muitos preenchem suas vidas com coisas passageiras, não importantes, justamente
porque não encontraram uma causa para a vida ou não descobriram o porquê de
estarem neste mundo.
Mesmo quando temos uma atividade nobre
para a qual nos empenhamos, não é incomum acharmos que algo está faltando. Nos
tornamos insatisfeitos, mas essa insatisfação não é ruim por si só. Podemos dar
um sentido positivo a ela. Se nossa insatisfação gera apenas reclamação,
tristeza, frustração ou inveja é porque estamos desistindo de buscar o que
realmente importa. Nessa situação, em geral, se busca uma fuga que acaba sendo
prejudicial. Não podemos fugir da nossa missão, de buscar a felicidade, de
encontrar nosso caminho. A insatisfação é positiva quando ela se torna nosso
combustível, nossa propulsão para alcançar nossos sonhos. Todos nós temos
sonhos, mas o mundo tenta o tempo todo nos convencer de que eles não são
alcançáveis e nós acabamos acreditando nisso.
Há dois erros básicos que fazem as
pessoas desperdiçar suas vidas. O primeiro deles é justamente desistir dos seus
sonhos. Não os sonhos materialistas, mas aqueles que sempre estiveram nas
nossas mentes e nos nossos corações. Geralmente são aqueles que nascem na
infância ou na juventude e de vez em quando nos cutucam. Às vezes queremos
retomá-los, mas nosso ceticismo nos diz que são bobagens, que não fazem mais
sentido. Ou então os projetamos em alguém, em geral nos filhos, querendo que
eles vivam os sonhos que não vivemos, como se não tivessem seus próprios
sonhos.
O segundo grande erro é procurar a
felicidade nas grandes coisas. A felicidade não é complexa, não depende de
muito dinheiro, de coisas difíceis. Ela está na simplicidade, na natureza, numa
comida que você gosta, em alguém que te faz falta, num cheiro que te recorda a
infância, no seu cachorro, numa criança, no vento que bate no rosto ou num
lugar que te deixa em paz. Não adianta terapia ou shopping center se o que
realmente importa for negligenciado. É triste saber que muita gente só desperta
para a felicidade contida nas coisas simples no final da vida. O tempo e a
idade ensinam essa lição, mas poderíamos aprendê-la bem antes.
Eu acredito que o verdadeiro sentido
da vida é fazer com que nossa presença torne o mundo melhor do que o
encontramos. E isso não precisa ser grande. O mundo ficará melhor se você
ajudar alguém, amar de verdade, educar uma criança, contribuir com o meio
ambiente. Se sua presença melhorar sua família, seu bairro, cidade, país, por
mínima que seja essa melhora, sua vida fará sentido. E ninguém melhor do que
você para saber o que fazer para ajudar a melhorar este mundo. Escolha algo que
gosta muito e que não prejudique ninguém.
Atividades
1) O
sentido da vida é um tema que cativa à atenção dos adolescentes por eles
próprios estarem na busca de referências que os ajudem em seu processo
identitário. Para facilitar a introdução do tema, sugerimos o trabalho com
imagens ou músicas. Por exemplo, pode-se distribuir a letra de músicas aos
alunos para que encontrem nelas o sentido que o autor atribui à existência.
A
música Tocando em Frente,de Almir Sater e Renato Teixeira,
pode servir de tema para discutir o sentido da vida e esta análise pode ser
confrontada com o sentido (ou falta de sentido) contido na música Cotidiano de Chico Buarque.
Outra
alternativa é escolher a definição de vida com a qual os alunos mais se
identificam na música O que é, o que é? ,
de Gonzaguinha.
Em
seguida, os alunos devem confrontar suas impressões pessoais com a dos colegas.
O professor pode registrar as diferentes definições no quadro. Caso a discussão
seja muito produtiva, o professor pode prolongá-la através de um plano de
discussão com questões dirigidas à classe, tais como:
a) Você
acha que existe algum propósito na vida?
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b) Viver
faz realmente algum sentido?
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c) O
sentido de nossa vida é diferente do de outros seres vivos? Por quê?
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d) Você
acha que todas as pessoas se preocupam com o sentido de suas vidas? Você se
preocupa?
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e) Você
acha que existiriam boas razões para se buscar um sentido para vida? Quais?
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