quarta-feira, 26 de junho de 2019

Língua Portuguesa - O QUE É UM CONTO?


         Conto é uma forma de narrativa, em prosa, obra de ficção de menor extensão no sentido estrito de tamanho em relação às novelas e romances, os quais são extensos e com muitas personagens. Ora, se todos são curtos, depreende-se que, para formar um todo harmonioso, os contos devem ser sucintos e concisos (ser curtos), claros e objetivos. 
        O eixo narrativo do conto (o esqueleto) aborda um só conflito, um só drama e uma só ação. Diferentemente das novelas, que são longas, não se detém em pormenores secundários, razão pela qual o conto aborrece as divagações, digressões e os excessos. 
            A unidade de ação condiciona as demais características do conto, assim que a noção de espaço é a primeira que cabe examinar, ou seja, o lugar geográfico, por onde as personagens circulam  é sempre de âmbito restrito. À noção de espaço segue-se imediatamente a de tempo. E aqui também se observa igual unidade.
            Com efeito, os acontecimentos narrados no conto podem dar-se em curto lapso de tempo, já que não interessam o passado e o futuro (meses e anos). A trama toda se passa em horas, ou dias. Seria tipo "se vira nos trinta". Não é cheio de 'nove-horas' e lero-lero; tem que ser rápido, claro e objetivo. É uma história curta, concisa e sucinta.  Entendeu ?  Fui claro ? 
       O conto precisa causar um impacto, um efeito singular no leitor, não pode ser enfadonho, deve causar muita excitação e emotividade e prender a atenção do leitor.  Sendo o gênero literário mais moderno e que maior vitalidade possui, pela simples razão que as pessoas jamais deixarão de contar o que se passa, nem de interessar-se pelo que lhes contam de forma bem contada. 
       Sendo curta, é a mais difícil e a mais disciplinada forma de escrever prosa, pois num romance, pode o escritor ser mais descuidado e deixar escórias e superfluidades, que seriam descartáveis, mas num conto quase todas as palavras devem estar em seus lugares exatos, com uma precisão cirúrgico-literária. O contista não pode ser prolixo (cheio de lero-lero).  
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS - RESUMINDO:
1) contos são estórias em prosa, curtas, sucintas e concisas, menores que novelas (que são longas);
2) o eixo narrativo do conto prima pela concisão, precisão e densidade;
3) o conto tem um só conflito, um só drama e uma só ação no espaço e no tempo;
4) deve surtir no leitor uma unidade de efeito ou impressão total.     
            Já no tocante ao Conto de Fadas, para que uma estória seja classificada como tal, deve abranger 4 etapas narrativas:
1 - a travessia - que leva o heroi ou heroína a um lugar diferente, cheio de magia e fantasia. (p.ex. - Joãozinho e Mariazinha saem da casa paterna e são deixados na floresta, que representa o mundo desconhecido. A saída do lar e a caminhada pela floresta representa a travessia para um mundo desconhecido.
2 - o encontro com a presença diabólica, que pode ser uma bruxa, uma madrasta má ou alguma outra figura com características malévolas: (o encontro de Joãozinho e Mariazinha com a bruxa da casa de doces).
3 - a conquista, etapa na qual o heroi ou heroína irá travar uma luta de vida ou morte com a figura malévola do conto e que resultará na morte desta última. (Mariazinha luta com a bruxa, derrubando-a no caldeirão fervente).
4 - a celebração - onde haverá ou um casamento, ou uma reunião de família, em que estarão comemorando a morte da figura malévola e todos então poderão viver felizes para sempre. É uma catarse. (Joãozinho e Mariazinha retornam à casa paterna trazendo joias, que simbolizam o conhecimento adquirido, enriquecimento psicológico e maturidade).
          As narrativas nas quais os personagens são objetos ou seres inanimados recebem o nome de apólogo. Aproveite, caro leitor/a, e leia no nosso Navegador o título Um Apólogo, onde as personagens são uma agulha e um novelo de lã.
      TIPOS DE CONTOS: 
  • Contos-de-fadas - são contos de fadas, onde aparece o sobrenatural, o maravilhoso;
  • Contos-de-encantamento - são estórias que apresentam metamorfoses, ou transformações, por encantamento, a maioria;
  • Contos maravilhosos - são estórias que apresentam o elemento mágico, sobrenatural, integrado naturalmente nas situações apresentadas;
  • Contos de enigma ou mistério - são estórias que têm como eixo um enigma a ser desvendado;
 Contos jocosos - são estórias humorísticas ou divertidas.
Entendeu ?  Fui claro ? Fui suscinto e objetivo ?

"Quem conta um conto, aumenta um ponto"
Abrindo o leque de contistas em língua portuguesa, destacamos: Machado de Assis, Aluísio de Azevedo, os quais abriram espaços para outros contistas, como Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Lima Barreto, Dinah Silveira de Queiroz, J.J.Veiga, Rubem Fonseca, Ana C. César, Otto Lara Resende, Fernando Sabino, Hilda Hilst, Dalton Trevisan, Moacyr Scliar, Lygia Fagundes Telles, Victor Giudice, João Antônio, Luiz Fernando Veríssimo, Raduan Nassar e Nélida Piñon, para ficar somente nestes, não desmerecendo outros.














ATIVIDADES
Conto de Fantasmas

Quando a ___________ entrou na _________ e perguntou se havia __________ que ensinassem a conversar com ___________, todos nos surpreendemos. Era uma velha daquelas que se veem sorridentes em _________ de plano de ______ e certamente pareceria mais verossímil procurando livros de _______ ou culinária. Mas fantasmas, não.
A mulher explicou à ____________, que, surpresa, a levou aos livros esotéricos, sob o olhar sorridente da ____________ próxima.
“Até sábado passado eu não acreditava em fantasma.” – disse – “Mas nesse dia, de repente, eles começaram a aparecer. Moro só. Só eu e meus ________.” – comentou, enquanto folheava livros a esmo. Todos nos aproximávamos disfarçadamente, _________ cúmplices entre desconhecidos, todos interessados neste ________ novo e inaudito.
“Sábado, quando acordei, estavam sentados no ______ da ________. Não eram fantasmas de _________, nem daqueles que aparece em __________ de _________. Eram fantasmas comuns, daquela palidez triste que não se encontra entre os _________.” – e já todos ríamos meio abertamente, pensando no quanto a __________ mexe com as ___________, ao tempo em que a velha escolhia dois livros sem maior critério.
“Conversamos ________, desde então. Há _________ ninguém conversava tanto comigo e com os gatos.” – e nós, rindo de tudo, sabendo que devíamos nos condoer, enquanto a vendedora pegava os livros e levava-os ao __________.
“Ontem, me falaram que eu era especial, depois foram embora.” – “e eu não soube o que queriam  dizer com isso. Por esta razão, quero os livros: para entender melhor nossa próxima _____________.”
O _________ ao meu lado riu alto, como se lhe contassem uma __________. Estávamos todos divertidos com a ____________ da velha; a _________ era para depois. “Quero entender por que sou especial”, - questionou, quando todos nós já ríamos indisfarçados.
Mas quando a velha  pagou os livros e desapareceu no ________, no meio da livraria, todos paramos de rir.
1) Você deve ter percebido que faltam algumas palavras no texto. Complete-o com as palavras do Banco de Palavras. 
Banco de Palavras
Solidão   Ar    Anos    Sofá   Saúde     Vendedora       Gatos       Sala Gordo
Lençol    Tricô    Piada   História   Clientela    Livraria    Horas         Pessoas
Velhinha   Fantasmas   Caixa    Assunto    Comerciais  Sorrisos        Livros
Filmes       Vivos         Culpa        Conversa        Terror

2) Percebemos que o narrador é um personagem, ou seja, ele vivenciou a história narrada. Comprove essa afirmação com passagens do texto.
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3) O narrador descreve a velhinha que entra na livraria como “uma daquelas eu se veem sorridentes em comerciais de plano de saúde.” Como você imagina essa velhinha?
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4) Por que o narrador afirma que parecia mais verossímil que a velhinha estivesse procurando livros de tricô ou de culinária?
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5) Explique o motivo pelo qual a velhinha estava procurando livros que ensinassem a conversar com fantasmas.
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6) Enquanto a velhinha estava relatando sua história na livraria, os demais presentes estavam “rindo meio abertamente”. Por que estavam rindo? A que motivo, em um primeiro momento, eles atribuíram o fato de a velhinha estar “imaginando” os fantasmas?
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7) No relato, a velhinha comparou os fantasmas que lhe apareceram com dois outros tipos de fantasmas. Como era:
a) O primeiro tipo de fantasma mencionado. Comprove com um fragmento do texto. _____________________________________________________________________________________________________________________________
b) O segundo tipo de fantasma mencionado. Comprove com um fragmento do texto.
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8) A velhinha mencionou que gostaria de entender por que os fantasmas haviam dito que ela era especial. O que isso significa no texto?
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9) Sobre a sequência narrativa, complete o esquema a seguir:
a) Situação inicial: 
Quem eram os personagens no início do texto?
______________________________________________________________
Onde estavam?
______________________________________________________________
Quando os fatos ocorreram?
_______________________________________________________________

b) Complicação:
Qual o acontecimento que modificou a situação?
_______________________________________________________________
c) Fases de ações:
O que aconteceu a partir desse momento?
_______________________________________________________________
d) Resolução:
Como foi resolvida a situação?
_______________________________________________________________
e) Situação Final:
O que aconteceu, ao final, com os personagens?
_______________________________________________________________

10) Retire, do texto, um substantivo derivado de “livro”.
______________________________________________________________

11) Identifique os adjetivos empregados para caracterizar:
a) Sorrisos (linha 5):______________________________________________
b) Assunto (linha 6):______________________________________________
c) Fantasmas (linha 7):____________________________________________
d) Palidez (linha 8):_______________________________________________

Texto 2
Histórias de Fantasma

“________________________________________?” – e a voz do pequeno parecia adulta, tamanha a sua preocupação.
O irmão mais velho já estava naquele lusco-fusco que precede o sono e resolveu permanecer  em silêncio, a ver se o outro esquecia o chamado e o deixava dormir. Mas crianças não desistem muito facilmente de nada e foi por isso que, uns segundos depois, a pergunta se repetiu:
“________________________________________? ______________________________?
“Não, tô acordado. ____________________________________________________?”
“___________________________________________?” – o menor perguntou, ignorando a provocação.
O mais velho deu uma risada que espantou de vez o seu sono.
“Não mano, não existe. ____________________________________________________________?”
O pequeno começou a chorar baixinho, parecendo envergonhado de fazer isso ao lado do irmão.
“É que na escola”, - disse ele em meio às lágrimas – “os caras da primeira série ficaram falando que fantasma existe, que aparece de noite e leva a gente embora. ____________________________________________________________________________________________________.”
“Bobagem. Falam só pra assustar, sabem que vocês são bobos.”
“_________________” – o pequeno reagiu, indignado – “_____________________________________! E que de noite eles chegam e ficam aparecendo e desaparecendo, até pegar a gente. Igual ali, ó!” – e apontou para a parede, na qual os clarões dos raios de lua, que entravam pelos vãos da janela, projetavam um movimento que parecia crescer e diminuir a cada novo olhar.
“Nada a ver. _______________________________.” – tranquilizou o mais velho. – ____________________. Eu fico acordado até tu dormir.”
“____________________________?”
“Prometo.”
E o mais novo conseguiu dormir, finalmente tranquilo, amparado na força invencível do irmão. Mas o mais velho varou a madrugada de olhos abertos: primeiro porque o pequeno demorara a dormir; depois, porque o pátio da casa não tinha árvores e aquelas sombras na parede não paravam nunca de se mexer.

Questões
1)  Complete as lacunas do texto, empregando adequadamente, as frases abaixo.
Banco de Frases

Eles falam sério, que existe mesmo!
Por que essa pergunta?
Que é que foi, peste?
Existe fantasma?
Hein, mano?
Não!
Tá dormindo?
Isso é a árvore do pátio.
Um deles até falou que conhecia um guri que foi levado por fantasma.
Promete?
E agora dorme.

2) Qual a diferença entre o narrador desse texto e o narrador do “Conto de fantasmas”? Comprove suas afirmações com passagens do texto.
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3) No quinto parágrafo, encontramos o seguinte fragmento: “o menor perguntou, Qual era essa provocação? Por que o menor a ignorou?
ignorando a provocação.”
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4) Quais as palavras usadas pelo narrador para referir-se ao irmão mais novo?
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5) Para indicar que os personagens estão falando, que recurso o autor utilizou?
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6) Como o menino se refere aos meninos da primeira série?
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7) A que lugar se refere a palavra “ali”, no fragmento “igual ali, ó”?
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8) Ao final, o menor conseguiu dormir, mas o maior não. Explique por quê.
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9) Identifique quais os adjetivos usados no texto para caracterizar:
a) Voz (linha 1):_____________________________________________
b) Pequeno (linha 11):________________________________________
c) Pequeno (linha 17):________________________________________
d) Olhar (linha 20):___________________________________________
e) Força (linha 25):___________________________________________
f) Olhos: (linha 26):___________________________________________

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