“As
Tradições Religiosas recebem a revelação de que o ser humano chega a sua
plenitude na medida em que ele se reintegra a Deus, o Absoluto, o Pai Maior, a
Mãe Terra, o Transcendente,... As hipóteses científicas que vêm oferecendo
várias explicações da gênese deste princípio não podem ser privilegiadas
conforme o mais correto espírito científico. Em razão disto é imprescindível
que o Ensino Religioso oportunize o conhecimento que as diversas Tradições
Religiosas detêm do caminho de reintegração”.
A palavra "religião", é um termo
conceituadamente complexo, e ao se aceitar que religião vem do latim religare,
cujo significado é "religar", define-se que religião é o meio de
religar o homem a Deus.
Ela é uma crença que estabelece a existência de algo
infinitamente superior, envolto em mistérios indecifráveis, porém é indicadora
de um caminho para seus fiéis, independentemente da religião que estes
professem.
A maioria das religiões baseia-se em Livros
Sagrados, cada uma com o seu, transmitindo valores e revelações divinas,
inclusive, predições sobre o futuro da própria humanidade.
Cada uma a seu modo, todas as religiões exaltam a
compaixão, fraternidade universal, a sinceridade e a honestidade, (...) valores
incontestáveis que ninguém quer ver desaparecer. De cada 100 pessoas 19 são
muçulmanas, 18 não têm religião ou são atéias, 17 são católicas, 17 são cristãs
não-católicas (ortodoxos, anglicanos, protestantes), 14 são hinduístas e 6 são
budistas.
.
1. CATOLICISMO
A base existencial da
Igreja Católica é o Cristianismo, uma religião monoteísta, que estabelece em
grau primeiro e único a comunhão do fiel com Deus, através do Seu Filho Jesus
Cristo.
O catolicismo prega o cristianismo, através dos
ensinamentos de Jesus Cristo, o qual morreu crucificado em meio a tormentos
desumanos para salvar a humanidade de seus pecados, se alcança o caminho para
Deus Pai, o caminho para a vida eterna.
A estrutura fundamental do catolicismo é baseada em
paróquias, dioceses e arquidioceses, as quais obedecem ao Vaticano, órgão
supremo da Igreja e dirigido pelo Papa, Pontífice máximo.
Hierarquicamente subordinado ao Papa estão os
cardeais, arcebispos, bispos, padres e o restante da congregação católica.
A crença da Igreja Católica é difundida através de
sua liturgia, a qual estabelece a comunhão espiritual do homem com Deus, no
simbolismo dos sete sacramentos: o batismo, a crisma, a eucaristia, a
confissão, a ordem, o matrimônio e a extrema-unção.
Seu livro sagrado é a Bíblia, composta pelo Antigo e
Novo Testamento, sendo este último referente ao Novo Pacto entre Deus e os
homens, ocorrido somente após a morte de Jesus Cristo.
Através da missa, principal evento de adoração e
purificação, reza-se e comunga a Palavra de Deus, celebra-se a morte e a ressurreição
de Jesus Cristo, assim como o milagre da transubstanciação do pão e vinho, os
quais se transformam no corpo e no sangue de Jesus, doados para a salvação da
Humanidade.
O Deus no catolicismo é um ser Divino, Infinitamente
Perfeito, Único, Pura Bondade, capaz de perdoa o pecador contrito. É o Deus
Onisciente, Onipresente, Onipotente, cuja Imagem é trina, correspondendo ao
Pai, Filho e Espírito Santo. Pois Deus, enviou seu próprio Filho à morte para
limpar os pecados da Humanidade, por simples Amor ao Homem.
A partir de então, a origem da Igreja Católica foi
estabelecida ao Novo Pacto, à morte de Jesus Cristo, Filho de Deus, para a
salvação da Humanidade, divulgada por todos os apóstolos.
Evidentemente, a Tradição não é a transferência
mecânica do legado oral deixado pelos apóstolos, e sim o desenvolvimento
constante do potencial que existe no evangelho.
O catolicismo defende a vida após a morte, o céu, o
purgatório e o inferno, cuja ida do fiel a um destes lugares depende
diretamente do seu comportamento terreno, ou seja, do tipo de vida e opções que
teve enquanto viveu como humano na Terra. E para tanto, haverá um Julgamento,
no Dia do Juízo Final, onde bons e maus, joio e trigo, serão separados para que
seus destinos sejam determinados.
Para o fiel católico, Deus, o Criador de tudo, Ser
Pessoal, criou a alma humana no momento da geração, sendo o homem, portanto,
uma composição substancial de corpo e alma, feito, porém, à Sua Imagem e
Semelhança.
O Deus Divino da Igreja Católica pode e faz milagres
e inspirou os livros da Sagrada Escritura, para que estes cheguem a todos os
homens em todos os tempos, levando Suas Leis, Seus Estatutos, Preceitos e
Mandamentos, os quais formam a base estrutural de uma vida harmoniosa entre os
irmãos, cuja conduta será avaliada para o Dia do Julgamento.
Atualmente, a população mundial é composta de 6
bilhões de habitantes, deste total, 1/3 são de cristãos e mesmo em meio a
10.000 seitas e 2.000 outras religiões existentes no planeta, 60% são de
cristãos católicos.
2. XINTOÍSMO
Xintoísmo, denominado também kami-no-michi em
seu termo nativo, é a única religião designadamente japonesa.
Esta religião não conta com códigos de leis,
filosofia, profetas ou livro sagrado, sendo por isto mesmo entendida como
Fisolofia por alguns estudiosos.
Os textos sagrados do Xintoísmo são o Nihon Shoki, o
qual é composto de narrativas do Japão do ano 720 d. C., e o Kojiki, o qual
contém os registros dos anciões mestres xintoístas.
Por ser panteísta, volta-se à adoração de muitos
deuses, os quais são associados com os elementos da natureza, como o vento, a
água, as pedras e a montanha, todos vertidos de uma mesma fonte e por isto
mesmo coexistindo em perfeita harmonia.
O culto aos espíritos naturais e ancestrais, sempre
foi fundamental para o xintoismo e que o culto aos antepassados foi difundido
sob a influência do confucionismo chinês.
E devido a esta integração vital, onde a natureza é
tida como parceira e amiga, o xintô acredita que sua sobrevivência depende
exclusivamente deste entendimento.
Quanto ao mal que o fiel possa praticar, isto é
devido à inflência YOMI, o qual abarca as entidades malignas.
Quando o xintô insiste em praticar a maldade, ele
item como caminho o inferno, de onde poderá incorporar um YOMI.
O xintô enxerga o pecado como uma marca temporária,
que pode ser aliviada pela purificação., uma vez que a pureza leva o homem ao
estado da iluminação.O sacerdote xintoísta pode ser de ambos os sexos, homem ou
mulher, mas na maioria das vezes, são lidere locais. Nos dias de hoje, os sacerdotes
em tempo integral ou parcial são nomeados pelos organizadores dos templos e a
maioria é chefe de família.
Nos dias de hoje o Xintoísmo não é mais designado
como religião oficial, porém convive com o Budismo, Cristianismo e outras
religiões, de uma maneira pacífica e harmônica.
3. JUDAISMO
O judaísmo é a religião monoteísta com o menor
número de adeptos no mundo, cerca de 12 a 15 milhões.
Os judeus crêem em YHWH (Jeová), o Criador do
universo, e assim como no cristianismo, é Onipresente, Onipotente e Onisciente.
Para o judeu Deus é um e isto é refletido em toda
sua existência, com o fiel cumprindo todos os seus deveres com Deus e seus
semelhantes, absorvendo o ensinamento secular do próprio Deus e respeitando
seus mandamentos como demonstração de respeito e amor por seu Criador.
Os judeus não diferenciam a ética e religião de sua
doutrina, uma vez que tudo é pertencente à Lei de Deus.
O Deus do judaísmo tem um relacionamento especial
com seu povo e o livro sagrado do judaísmo é a Bíblia Judaica, equivalente ao
Antigo Testamento, porém organizada de uma forma diferente..
As narrativas da Bíblia se baseiam numa crença bem
definida de que Deus fez uma aliança especial, um pacto com seu povo escolhido,
o povo hebreu.
Para tanto, ainda em criança, o menino judeu é
circuncidado confirmando assim a marca da Antiga Aliança entre Deus e todos os
descendentes de Abraão.
A importância da vida humana para o judeu, sobrepuja
a tudo, e uma vida humana deve ser salva mesmo que quebre as leis do Shabat
para que isto ocorra.
Quanto à idolatria, no judaísmo, isto é considerado
o mais mortal de todos os pecados, não se permitindo de espécie alguma a
adoração de ídolos e imagens, conforme a imposição do próprio Deus.
4. ISLAMISMO
Considerada atualmente a segunda maior
religião do mundo, o islamismo é uma doutrina monoteísta, fundada pelo profeta
Maomé, o qual teve durante a vida, revelações Divinas através do anjo Gabriel,
sobre a origem do homem, do universo e da sua relação com Deus, sendo estas
descritas no Alcorão, o livro sagrado desta religião.
Esta doutrina denominada islâmica é também chamada
de muçulmana ou maometana e tem como regras principais, a crença em Alá, a
pratica de cinco orações diárias, a generosidade com os mais carentes, a
obediência ao Ramadã, o jejum religioso anual e a peregrinação a Meca, de pelo
menos uma vez na vida.
A própria palavra islã designa a submissão do homem
aos preceitos e à vontade de Alá, por isto seus seguidores são denominados
muçulmanos, significado para aqueles que se submetem a Deus.
Na Sharia, lei islâmica são determinados todos os
princípios e normas relacionados ao comportamento, conduta, alimentação e
testemunho de vida, assim como também o de guerrear na guerra santa, chamada
Jihad, a favor da reforma do mundo, uma vez que o objetivo do Islamismo é o
subjugo de todo o mundo, perante suas leis, mesmo que para isso necessite
chegar a extremos como matar e destruir os "infiéis ou incrédulos"
tais como judeus e cristãos.
Como religião, o islã não compreende apenas a esfera
espiritual, mas todos os aspectos da vida humana e social. A interpretação da
lei, o direito, sempre ocupou um lugar relevante na história do islã. Na
maioria dos países islâmicos, os que têm conhecimentos jurídicos costumam atuar
como líderes religiosos. Não existe um sacerdócio organizado.
5. BUDISMO
Siddharta Gautama, o Buda, era um príncipe
que, em busca de uma solução para o que afligia seu coração, o sofrimento
humano, abandonou sua família e para ir em busca de busca de uma resposta.
A partir de então, tornou-se Buda, o iluminado, cuja
doutrina budista, tem como principal conceito de que as resposta do homem
encontram-se em seu interior.
Para o budismo o ser humano é uma combinação de
matéria e mente, onde no corpo, encontram-se os quatro componentes: terra,
água, calor e ar e na mente, a combinação de sensação, percepção, idéia e
consciência.
O corpo físico enfrenta o ciclo de formação,
duração, deterioração e cessação, ou seja, um ciclo contínuo de morte e
renascimento, por um número ilimitado de vidas, até alcançar a iluminação.
Dentro deste ciclo contínuo de vida, existem seis
tipos de existência: Devas (deuses), Asuras (semideuses), Humanos, Animais,
Pretas (espíritos famintos) e Seres do Inferno.
O tipo de reencarnação varia de ser para ser,
determinado por todos os atos cometidos por este durante sua passagem terrena,
ou seja, o seu Karma (lei de causa e efeito) determinará que tipo de existência
o ser tenha ao reencarnar na Terra.
Ao se inteirar desta lei, o ser passa a vigiar os
próprios passo em relação às suas ações no dia-a dia, e em relação ao seu
próximo.
Tanto no budismo, como no hinduísmo existe uma
identidade complementar entre o indivíduo e a divindade, ou o espírito
universal.
O encontro do místico com a divindade ocorre como
uma relação eueu, uma vez que Deus existe em tudo, é uma realidade imanente e
não apenas a "mera centelha na alma do homem.
O Budismo não tem um Deus Criador, assim como também
não tem um livro sagrado, Buda não deixou nada escrito, porém após sua morte,
seus discípulos se reuniram e relataram de memória as suas palavras.
Então nasceu o Tripitaka, que significa "três
cestas", numa referência às três partes do livro: o "Vinaya",
com as regras de conduta, o "Sutta", que reúne os discursos de Buda,
e o "Abhidhamma", com investigações filosóficas sobre o homem e sua
matéria.
Seus ensinamentos são: evitar o mal, fazer o bem e
cultivar a própria mente, objetivando o fim do ciclo de sofrimento, denominado
Samsara, descobrindo assim o entendimento da realidade última, o desejado
Nirvana.
6. HINDUISMO
O hinduismo é a terceira maior religião e é
tida como a mais velha do mundo. Esta religião engloba textos, sobre os quais
se baseia: os Vedas, os Puranas, o Mahabharata e o Ramayama.
Apesar de abarcar tradições e crenças de diferentes
povos, o hinduismo foi adaptado e divido em três fases e na sua última fase
observa-se que há influencia de outras religiões, como o cristianismo e o
islamismo vertendo daí, o Hinduísmo Híbrido.
O hinduismo dos dias atuais é uma religião voltada
para a salvação individual e do perder-se na divindade.
Para o hindu, assim como para o budista, a lei do
Karma, baseada em ações praticadas na Terra, determinará o trajeto da alma, uma
vez que as escrituras sagradas do hinduísmo, chamadas Upanishad e
Bhagavad-Gita, acenam para as raízes da condição carnal humana: ignorância,
desejo e egoísmo, adquiridos de encarnações anteriores, onde, na renúncia de
tais condições, estaria a única solução para a salvação da alma.
A idéia da evolução dos espíritos regida pela lei do
carma (do sânscrito karmam) aparece nas grandes religiões do Oriente, mas é
particularmente marcante no hinduísmo.
O hindu acredita que os seres humanos ainda se
encontram em evolução, seu tempo não está limitado apenas a uma encarnação, mas
sucessivamente as vidas passadas são a causa primordial para a atual situação
do indivíduo na Terra.
Observa-se que, até a alimentação é um importante
princípio, pois não se deve consumir carne, por ser esta uma prática impura,
devendo o fiel tornar-se vegetariano.
Quanto às preces hindus, estas são denominadas
mantras e devem ser dirigidas a todos os deuses, sendo o OM o mantra mais
importante por representar Deus e os rituais de purificação e adoração, são
feitos através da meditação e da oferenda aos seus deuses.
As orações aos espíritos de luz, já desencarnados,
fazem parte do mandamento do amor, para ajudar na evolução e purificação.
O homem vive o seu dia-a-dia em meio a
angústias, esperanças, medo, amor e anseios, ou seja, na mais diversa gama de
sentimentos contraditórios.
Conforme abordado neste trabalho, independente do
caminho que se toma a essência das religiões, qualquer uma delas, é a resposta
para a vida e para esta após a morte.
Enfim, as respostas para o enigma da vida e do além,
se obtém através do único caminho que proporciona os meios que determinam o
tipo de "salvação" que o fiel obterá.
Esta salvação é a libertação dos tormentos
passageiros para o cristão, da integração com os elementos da natureza do
xintó, do ponto de chegada após uma existência provisória para o islamismo e
judaísmo, e o encontro com a divindade interior do hinduísmo e budismo.
De qualquer forma, percebe-se que a busca pela
felicidade, pelo conhecimento e por uma vida melhor, tanto aqui e agora como
após a morte, é a finalidade da busca.
Muitas questões existenciais são bastante gerais e
surgem em todas as culturas. Embora nem sempre sejam expressas de maneira tão
sucinta, elas formam a base de todas as religiões. Não existe nenhuma raça ou
tribo de que haja registro que não tenha tido algum tipo de religião.
De qualquer forma, percebe-se que a busca pela
felicidade, pelo conhecimento e por uma vida melhor, tanto aqui e agora como
após a morte, é a finalidade da busca.
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